Cisne Negro

Sobre o pântano insalubre

Paira a sombra do cisne negro.

Sua essência sobrepõe-se a tudo,

Somando-se ao estranho eclipse,

Que de forma vil e melancólica,

Ofusca a rara luz dos vagalumes,

Inteirando o estranho contexto.

Confabulando com o insólito,

Corvos grasnam agouros impensáveis

Das esqueléticas árvores obscuras.

A agressividade se expressa em fluxos

Do que parece um ritual lúgubre.

E viciado pelo contexto doentio,

O cisne se desvaira em espirais.

O cenário pasmoso incute calafrios,

E a ave assume formas vampirescas,

Entregando-se por completo as trevas.

Sob o mórbido sortilégio do eclipse,

Faz-se a instituição do mal do século,

Em blasfêmias sussurradas a esmo,

Por seres invisíveis aos olhos.

Há uma surreal força negativa

No eclipsado terreno pantanoso.

Um existir que não se concretiza

Leva elementos a se contraporem,

E a parirem uma arte mórbida,

Sem qualquer anal de referência,

Mas com perfeito sincretismo.

A angústia há muito cresce e reina

Na surreal zona limítrofe do medo.

Quanto horror!

Quanta alusão à ilusão,

Sem, no entanto, abastecer a certeza.

Perturbações além da compreensão

Abrem-se em crendices metafísicas,

Na fiúza de possuir dons proféticos.

Um silvo melodicamente sombrio

Evade-se das tendidas asas negras.

As trevas simplesmente conspiram,

E o fantasmagórico cisne noturno

Parte determinado do pântano,

Na execução da incumbência,

Que já pertencera às Walkirias.

Dhiogo J Caetano e Nardélio Luz
Enviado por Dhiogo J Caetano em 15/04/2021
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