CONTEMPLANDO O INFINITO

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Nossa frágil natureza de mortais

fomentou desde sempre o pensamento

de quem -com raciocínio ou sentimento-

procurava além do fim novos portais.

Plotino, que do Uno foi ideador,

defendeu o absoluto transcedente

e com esse conceito contundente

dos teólogos antigos foi o mentor.

Ramanujan, matemático hinduísta,

desvendou do infinito seus enigmas

e com belos e ardidos paradigmas

à sabença ofereceu outra conquista.

Mais sublimes ainda nesses temas

são os grandes poetas sonhadores

aos quais somos totalmente devedores

da quietude que vem de seus poemas,

mas quando minh’alma desejo sublimar

contemplo as galáxias levitando no infinito:

- rendo-me ao espaço mágico e irrestrito

“e o naufragar me é doce nesse mar.” [*]

(Richard Foxe)

O ser humano inquieto busca incessantemente

novas sintonias, num forte desejo de percepção,

com sutis energias que agem silenciosamente,

tocando realidades alcançando etérea visão.

Impulsos divergentes afloram na mente pensante,

despertando célere para realidades que transcendem

– o espaço físico entre céu e terra ressonante,

plano evolutivo de almas que vibrações desprendem.

Nesse excêntrico universo de acordes diversos

a música da vida entra em confluência distinta,

com o silêncio recatado dos pensamentos imersos

buscando sintonia cósmica que a fantasia requinta.

Os segredos de mundos invisíveis sonhados e desejados

inflamam o espírito que acena ao cosmo com o olhar,

em busca da luz que desvenda mistérios, ricos legados

que se desfazem ao longo das reflexões a divagar.

Infinito sumo, no qual movem-se os dias em plena calma,

– faz-se-á sol dentro de cada essência deslumbrada,

pois na vida interior sempre haverá um toque que acalma,

– ou um exacerbado intuito de indagação redobrada.

(Verdana Verdannis)

[*] Verso final do poema “O Infinito” do poeta italiano Giacomo Leopardi (1798-1837).

Interação do Mestre Jacó Filho:

O COSMOS É MEU LAR

Olho as estrelas espelharem,

Como se fossemos o mesmo ser.

Origem, natureza e destinos,

Simplificam no onipresente,

Matéria e espírito consciente,

Ordenados na mente do divino.

Sobrepondo sua vontade vigente...

Écloga divina que no princípio,

Menciona seres inda sem nomes.

Entre tantos, Deus cria o homem,

Ultimando-o cuidar de seu legado.

Lega-nos por empréstimo, a mente,

Ainda nos ajuda constantemente,

Reconhecer sermos nele, emanados...

Richard Foxe e Verdana Verdannis
Enviado por Richard Foxe em 02/07/2020
Reeditado em 03/07/2020
Código do texto: T6994188
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