Tempo perdido é dizer nunca mais

O ponteiro mostra nos relógios por onde passou,

tudo parece estar calculado, mas nosso viver quer mais.

Não estamos adiante do tempo, somos o tempo que ficou,

porque só existe um ‘Eu’ de cada um entre os demais.

O ponteiro em movimento é uma ilusão

de que a vida corre em frente sem parar.

Mas se o amor se põe inerte na razão

estaciona a vida assim em tal lugar.

Mas o nosso coração quer ainda sentir o quanto amou

e os sentimentos não calculam o tempo, são atemporais.

Permaneceram numa atemporalidade que não afetou

a lembrança de cada momento em imagens reais.

Tempo segue e pouco importa ao coração

que não dorme, persistente a bombear

pelas veias e artérias a paixão

que alimenta eternamente e devagar.

Neste tempo distanciado, só o ponteiro do relógio andou,

o coração permaneceu calado em pulsações vitais.

O amor não precisa do tempo, nem sabe que terminou,

porque ele sente que tempo perdido é dizer nunca mais.

Nunca mais é mais que nunca, é uma intenção

de esquecer o que foi feito pra lembrar.

Sendo assim, enquanto houver recordação

para sempre é o tempo certo de se amar.

Helen De Rose e Obed de Faria Jr
Enviado por Helen De Rose em 07/11/2019
Reeditado em 08/01/2021
Código do texto: T6789495
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