Tempo perdido é dizer nunca mais
O ponteiro mostra nos relógios por onde passou,
tudo parece estar calculado, mas nosso viver quer mais.
Não estamos adiante do tempo, somos o tempo que ficou,
porque só existe um ‘Eu’ de cada um entre os demais.
O ponteiro em movimento é uma ilusão
de que a vida corre em frente sem parar.
Mas se o amor se põe inerte na razão
estaciona a vida assim em tal lugar.
Mas o nosso coração quer ainda sentir o quanto amou
e os sentimentos não calculam o tempo, são atemporais.
Permaneceram numa atemporalidade que não afetou
a lembrança de cada momento em imagens reais.
Tempo segue e pouco importa ao coração
que não dorme, persistente a bombear
pelas veias e artérias a paixão
que alimenta eternamente e devagar.
Neste tempo distanciado, só o ponteiro do relógio andou,
o coração permaneceu calado em pulsações vitais.
O amor não precisa do tempo, nem sabe que terminou,
porque ele sente que tempo perdido é dizer nunca mais.
Nunca mais é mais que nunca, é uma intenção
de esquecer o que foi feito pra lembrar.
Sendo assim, enquanto houver recordação
para sempre é o tempo certo de se amar.