André Anlub e Rogério Camargo 111

Aleatória e imagética, dentro e indo afora da moldura da janela advinha à vida frenética.

Um pouco de estática torna a comunicação apática. Ela então muda a tática e fica de frente para si mesma.

Beijo no próprio reflexo é afago no côncavo e convexo – alívio de qualquer forma de ver o planeta.

Pairando um metro acima do chão, perde-se do chão e é tudo o que deseja, (ir)realmente.

Abraço na própria alma é alento e conforto de um extremo ao outro – calmante para quaisquer desapontamentos.

Ela sabe o que é abrir as mãos e o vento não estar mais ali. Ela sabe o que é abrir o coração e ele continuar fechado.

Pairando agora por cima das colinas se vê ainda mais menina; retorna à sua alada adolescência e veste-se de loucuras e boemias.

Beber a vida aos toneis, às caixas dágua. Injetar vida nas veias como gasolina, como diesel, como cabo de fibra ótica.

Dentro da robótica e da lobotomia sem lógica ela (sobre)(sub)vive e se divide na brevidade sóbria e a sobrevida ébria.

Febre que estoura termômetros. Eletricidade que exorbita usinas. Força que força e, enfim, a fraqueza: não poder resistir.

Rogério Camargo e André Anlub

(3/4/15)

Site: poeteideser.blogspot.com