André Anlub e Rogério Camargo 108

As mãos do silêncio na face sempre receptiva da ternura

Causando um interno incêndio em entretom de calmaria azul.

A ebulição pacificada abre um espaço no coração da sensibilidade

Faz domicílio, planta árvore de raiz intensa e deixa fluir um rio.

Às margens dele nada é marginal, tudo habita um centro e dentro há luz

E no que trata/retrata a beleza: assombrosamente fenomenal!

Uma arquitetura de bem-estar vai abrindo portas e janelas no vento,

Deixa entrar no momento o incenso de algo muito além do habitual.

Os olhos procuram sem procurar, as mão buscam sem buscar e a alma dá o que nela abunda: ternura

Fecha-se o ciclo. As mãos do silêncio abrem-no outra vez e a face sempre receptiva faz sumir as pardas nuvens, surgindo o lume intenso que apaga o incendiário cinismo, soltando a gargalhada afável e anulando o laconismo.

Rogério Camargo e André Anlub

(31/3/15)

Site: poeteideser.blogspot.com