André Anlub e Rogério Camargo 09

Viu no seu espelho aquele reflexo intenso de novas probabilidades.

Resolveu então entrar no espelho, porque era lá que estava a sua verdade.

Mergulhou e escreveu... se conheceu e não esqueceu ou escondeu seus medos,

Não ficou prova na tinta que marcou seus dedos.

Na beleza da sua mais nova/antiga realidade, renasceu

O que há muito tempo, entre cortinas e persianas fechadas percebeu

Já era o tempo, mas não no sentido de perda; era o tempo de agora ser a própria ajuda e história, ser seu dono deixando entrar a luz e fazer-se a cor.

Tempo de sacudir a inércia, de bater os tapetes da acomodação, de dar um basta à desistência e ao torpor.

Assim cria-se um novo poeta, de visão sem enlaças e ideias ao vento, a cabeça feita, moldada na adequação exata que exige a sua dona, a escrita.

E se sua dona quiser, ele pode aprender a diferença entre a feia e a bonita.

E se sua dona deixar, ele pode nadar em águas quentes e frias.

E se sua dona for mesmo sua dona, nunca mais as cortinas abrirão para paisagens vazias.

André Anlub®

(11/12/14)

Site: poeteideser.blogspot.com