* Lua Maior

Sol poente,

quinta-feira,

outono:

jazem folhas secas no chão...

a noite vindoura

trará uma lua redonda

grávida de emoção...

e sobre a nuvem,

cobertor ou colchão,

um céu imortal,

num azul irreal, sem idade,

a tudo assiste,

indiferentemente superior

em sua eternidade.

Contemplo o tempo,

mas ninguém vem.

Esperei até me entristecer.

Entardece, anoitece,

o dia bonito se esconde.

Fiat luna!

Uma a uma, ligo as estrelas

escrevendo seu nome.

Saudade a doer...

Parece que há,

dentro da cidade,

um ano-luz entre mim e você.

E esta contradição que dá na gente:

ter uma alma assim maturada

e um coração tão adolescente?

Sol nascente,

sexta-feira,

outrora...