Vem...
(Célia de Lima & Teresa Cordioli)
Meus braços são duas exaustas esperas,
sequiosos no decurso das tuas águas.
Vem... Já não há tempo, já não há nada;
traz-me o lúdico na tua voz mais séria.
Vem, e traduz-me o gosto da promessa
no gozo mais perene do quê lavras
- minha ternura seja tua morada,
no teu desejo, seja a primatéria.
Vem curar-me, curar-te do passado,
descobrir outras aves no meu céu;
já não há tempo, tira-nos do enfado!
Vem voar, inovar, cumpliciado,
os sonhos nunca antes habitados...
Abraça-me!; amante, vítima, réu.