POEMA ENTRE LINHAS
POEMA ENTRE LINHAS
Quanta inspiração cabe no poema quando a alma chora,
qual será o dilema, o que será que implora inquieta?
Em lágrimas roladas, em gotas a vida lavada aflora
e tantas outras derramadas são as letras do poeta.
O que será que o fio que escorre aos olhos pede
dos dedos um delicado toque que o console,
dos lábios alguns dizeres vertendo encanto,
ou apenas palavras que o pranto acabe em febre?
Quanta inspiração é preciso para o poema existir,
Que medida a dor em lágrimas parece verter,
Qual a verdade do riso, do pranto, do canto
Quão nobre será a poesia inspirada, em meu ser?
Dilapidada em murmúrios sussurrados ao vento
ou nas perjuras inacabadas de um amor prometido,
que por varias culpas e desculpas, não cumprido
dilacera e dilui os versos na dor do sofrimento,
Cabe ainda no poema alguma paz que se perdeu,
cabem saudades disfarçadas de lembranças,
ainda o desencontro do que não aconteceu, e,
a tamanha vontade oculta em cada desejo,
Cabe recordar cada sonho de criança inocente,
que se perdeu no tempo e passou a ser corrompida,
cabe a distância de todos os “adeus” doídos,
e, no meio de tudo, o quanto esquecemos de Deus.
(Gilson & Carol)