Cárcere

Entre larvas e travas
E as extensões dos sorrisos
Fica o mundo que não buscas
E entregas de sobre aviso

Entre injustiças e medos
Ficam vilas, valas e segredos;
E a paz redunda num sonho
Artífice de tantos enredos

Celas guardando mazelas
Bandidos e heróis das vielas
E a alma, aturdida apavora

Quem anda lá se mistura
Sangue daqui e as vestes que usa
Quanto arde, dor invade...quanto chora.


Eco nº 01 - Cárcere

Haverá entre as travas, sorriso ?
Ou mero ricto, um esgar?
De quem tem na vida um pesar,
E vive a morte, de sobreaviso.

Que mazelas, que segredos,
Escondem seus rostos sombrios?
De olhar mordaz (ou vazio?)
De quem fez de si, seu degredo.

Que dirás do cenário, é o justo?
Será mesmo justiça o julgamento?
“Dura Lex, sed lex”: A que custo?

O das almas que vagam no tormento,
De pagar sob a égide do injusto
Sem alçar redenção... ou lamento.

Luciana Rodrigues  - 19/01/20077