poema a duas mãos
Para ti:
Ana
Caem estrelas dos teus olhos e são cintilantes como as tuas palavras.
O afecto que desencadeias nos retratos que nos tiras diariamente
Marca o papel como um timbre que não se desgasta no tempo.
É o teu tempo de viveres na luz através dos olhos do mundo.
Obrigada pelo talento que pousas levemente no quotidiano
E pelo alento que ofereces como flores pintadas no quadro da escrita
para ti:
Mónica
É do relento que o nu se agasalha e nem sempre da lã sai o calor!
O papel não é mais que um lenço ou um saco que se enche de vida
Das nossas, da tua e da minha num voo que se abre ao nosso mundo restrito _somos nós
Somos nós vivas ou já mortas? O papel o diz ou dirá porque as estrelas já o são_lidas
Falámos, rimos, comemos, amamos, choramos e encarnamos tudo no mesmo corpo e no cimo das nossas chaminés, esperamos de mãos coladas, o espírito que vem completar-nos
Não é do talento, não é da carne é mais de dentro que expulso as sementes para o meu jardim e, quando a semente é boa, colho-a da flor, sábia do calor que ela tem para mim.
Somos sonhadoras que pensamos colher os dias ao mundo num ramo de flores e alegrar com impulsos ou emoções os pequenos corações que pulam aprisionados no cárcere corpo.
Somos tudo isto mas tudo mais também!
Monica Correia e Ana Mª Costa