poema a duas mãos

Para ti:

Ana

Caem estrelas dos teus olhos e são cintilantes como as tuas palavras.

O afecto que desencadeias nos retratos que nos tiras diariamente

Marca o papel como um timbre que não se desgasta no tempo.

É o teu tempo de viveres na luz através dos olhos do mundo.

Obrigada pelo talento que pousas levemente no quotidiano

E pelo alento que ofereces como flores pintadas no quadro da escrita

para ti:

Mónica

É do relento que o nu se agasalha e nem sempre da lã sai o calor!

O papel não é mais que um lenço ou um saco que se enche de vida

Das nossas, da tua e da minha num voo que se abre ao nosso mundo restrito _somos nós

Somos nós vivas ou já mortas? O papel o diz ou dirá porque as estrelas já o são_lidas

Falámos, rimos, comemos, amamos, choramos e encarnamos tudo no mesmo corpo e no cimo das nossas chaminés, esperamos de mãos coladas, o espírito que vem completar-nos

Não é do talento, não é da carne é mais de dentro que expulso as sementes para o meu jardim e, quando a semente é boa, colho-a da flor, sábia do calor que ela tem para mim.

Somos sonhadoras que pensamos colher os dias ao mundo num ramo de flores e alegrar com impulsos ou emoções os pequenos corações que pulam aprisionados no cárcere corpo.

Somos tudo isto mas tudo mais também!

Monica Correia e Ana Mª Costa

Ana Maria Costa
Enviado por Ana Maria Costa em 20/10/2006
Código do texto: T269080