“Despedida
(Eritania Brunoro)
Aqui, esperando pela hora da partida,
A dor de dentro corrói, mata aos poucos,
Esse coração que não tem mais guarida
Nas frases e nos teus versos roucos.
E de pouco em pouco vou me deixando
Ir para um lugar tão desconhecido.
Sinto minha dor tamanha me levando
Num pranto interminável, envelhecido.
Vou seguindo meu caminho já trilhado
Pelo destino que se opôs a minha liberdade.
Tento não me sentir solitário, ilhado
E me despir, nessa hora, de toda vaidade.
Desespero, nessa partida, não me convem.
Anseio, inquieto, por uma viagem melancólica.
Defloro gemidos nos lábios que me vêm
E as nuances de poesias tão bucólicas.
Resposta:
“Sigamos juntos”
(Luiz Henrique)
Não fiques a esperar a hora da partida
Se a dor de quem parte é deveras dilacerante
Também a de quem fica e renuncia à ida
Faz tanto ou mais o coração petrificante
Se descortinas desconhecido o destino
Pode ser, talvez, uma paragem em estação de dor
As razões do coração não se lastram em tino
Mas vai que ao chegar depara um abrigo de amor
Mesmo em um caminho já trilhado antes
Podem surgir paisagens inovadoras e belas
Que sejamos livres - mas sempre amantes
Despidos na alma e no corpo, pós tramelas
As dúvidas não são exclusivamente tuas, decerto
Muitas, igualmente, permeiam o meu pensamento
Dissipam se te toco, te abraço e te olho de perto
E irrompe o desejo de eternizar esse momento
Minha crença, não há como mentir
De que ambos devemos seguir adiante
É o transbordar do prazer ao sentir
Nossos corpos febris de paixão inebriante
- poesia com registro de autoria
- imagem copiada do google (titularidade desconhecida)