“Delírios”
(Van Albuquerque)
Na brecha da noite
saudades de ti, é areia
escorrendo devagar
na ampulheta do tempo...
Entremeada de suspiros
ofegante, delira...
Devaneios tenros
ouvem tua voz rouca
chegando, com o vento...
Sinto em minha pele
suas mãos ...
Carícias suaves
com o sabor cálido
de uma brisa, esmaecida...
Sôfrega, minha boca saliva
meus lábios degustam
o absinto da sua ausência...
Resposta:
“Passando da hora”
(Luiz Henrique)
Desejo que a ampulheta se rompa
Para os amantes o tempo já não conta
Está passando da hora de chegar
Que o gosto da saliva em tua boca
Seja sugado por minha língua numa dança louca
Está passando da hora de te beijar
Que tua boca, teu suspiro, teu delírio
Aplaque meus desejos, sepulte meu martírio
Está passando da hora de ficar
Que em tua pele não mais te toque o vento
Que minhas mãos te acariciem a todo momento
Está passando da hora de te amar
- poesia com registro de autoria
- imagem: Van Albuquerque - Poesisa, Pintora e Parceira - arquivo pessoal