Caminhos
Nas verdejantes mata do amor
Fica a escondida o carinho dado,
Desperta a alma como no desabrochar de uma flor
Encanta ao coração e forma o apaixonado.
À deriva conclui o destino,
Nas mãos a coerente adaga
Que ao caminho acompanha com destreza
Um doce amor em realeza.
O profano dito fostes reduzido
um intuito do poeta conduzido
No mar de linhas... Fica o destino reluzido
(beics)
O meu barco à deriva em mar profundo,
Quem dera o timoneiro coração
Soubesse decifrar em um segundo
As tantas variáveis do timão.
Enquanto nos sentidos me aprofundo,
Não posso conceber a direção,
Velhusco desejar de um vagabundo,
Ao léu se faz insano e sem perdão,
Versar sobre os segredos de um amor,
Querências muito além do que consigo,
E o sonho tanta vez enganador
Reluz na falsidade de um cristal
Que trago como fosse um bom abrigo;
Porém trama o naufrágio desta nau.
(Marcos Loures)