A Viagem...

Amor absíntico de cristal
É puro alucinógeno diamante.
Balsa alforjada flamejante
Flutuando livre no sangue.

Entre o sagrado e profano.
Abarco o tridimensional.
Arcaico sinistro descompasso
De lúgubre suntuoso animal.

Noé absorto ao dilúvio fez
Era em aquarela nefasta
Animais juntos aos pares
Barca do ócio arraigado!

Ao profano sortilégio.
Inferno régio deflagrado
Numa velada algoz heresia
Viagem pandemônica insana!

Não se liberta de redemoinho.
Menos sentidos multiplicados.
Alucinada viagem calaeidoscópica
Do domínio do diabo!

Que em suas vãs tentativas.
Tantas claras faces mascarara.
Outras nuances suportadas.
Navegadas em almas de flores!

Do rabisco, formas e sons multicores.
Absinto de elegantes eras poéticas.
Ao poder da criação e amores.
Ácido torpe de grandes louvores!
Denise Severgnini
SoLuNaMaRoSa