Amor ...


Tudo
amor,
tudo
por nada  ...
(ivi)

Quem tanto imaginou doces palavras
E frases carinhosas; agoniza.
Um velho agricultor sabe das lavras,
Porém a vida traz pura ojeriza
 
Por mais que a porta ainda teime ou abras
Desabo num fatídico segundo.
As frases que me cercam são macabras,
Do gozo amortalhado em vão me inundo.
 
Minha alma em podridão já se esvaindo,
Deixando tão somente este molambo
Que um dia imaginou um prado lindo
E agora em passo trôpego, descambo
 
Funérea mansidão que, num espasmo,
Promete em ironia, intenso orgasmo...
(Marcos Loures)