ENLOUQUECER
(Patrícia Montenegro)
10-01-05
Não quero mais seguir os ditames da razão.
Cansei de viver dentro dessa lucidez,
Decidi perder esse louco juízo
E ouvir o chamado da insensatez...
Vou seguir pelos caminhos da emoção,
Não vou mais escutar as críticas
E quero dizer adeus aos medos...
Vou declarar aos sete ventos meus amores.
Quero esquecer, definitivamente, as dores...
Criarei asas e, finalmente, livre cpmo um pásssar, vou voar...
Vou romper todas as barreiras,
E derrubando as fronteiras
E sair em busca do amor...
Não importa quem ele seja,
Ou onde quer que ele esteja...
Com ele vou me encontrar
E... se a chuva cair,
Vou com ele dançar e cantar...
A vida em preto em branco não vai ficar,
Nada vai mais me impedir de viver e de amar...
Todas as palavras serão ditas
E nenhum gesto será omitido...
Libertarei a minha alma...
E abrirei a porta que aprisiona meu coração.
Nada mais irá me entristecer,
Porque decidi enlouquecer
E finalmente viver...
*
LOUCURA NA POESIA
Tarcísio R. Costa
17.01.2005
A loucura do poeta
Está em querer romper o convencional
Em busca de desvendar o transcendental,
Criando, assim, um mundo de fantasia...
São pensamentos sonhados e incoerentes...
Chega a pensar em deitar-se nas nuvens,
Passear e conversar com as estrelas,
Em busca dos mistérios do desconhecido...
Desce ávido sobre a natureza,
Em busca dos oásis de sonhos,
Encontra as ilhas da onde mora a solidão,
Convive com o silêncio e a magia...
Tudo isso é o que chamo de loucura na poesia.
Pensa em desnudar o horizonte,
À procura do outro ládo,
Como se lá fosse a fonte
Das suas ilusões...
E, assim, nessa teimosia,
Mistura e faz da loucura, poesia...
Quer penetrar na tenebrosas matas,
Entre feras e flores...
Deslizar pelos rios, conhecer os desvios feitos pelas águas.
E, assim, no meio dessa confusão,
Procura se salvar, subindo nas serranias,
Tudo isso é a locura do poeta,
Fazendo da vida, poesia.
Tarcísio Ribeiro Costa