CHÃO DE ESTEIRA/BARRANCO, LADEIRA ( Rs t... /// Ene Mathias )

Repouso minha solidão/anestesiada

num leito feito de chão/à beira da estrada...

uma esteira empoeirada/há muito já surrada

o fim do dia, e jornada./me fazem desanimada!

São quatro da madrugada/as horas rolam altas

os raios de luar prateados/imitam timbre de frias notas

de zinco teto esburacado/e nenhuma porta

tenho meu chão pintado./mas não tenho rota!

Sacudo poeira, estendo os trapos/me engano com besteiras

relembro passado, revejo presente/espraguejo, finjo-me contente

acordado sonho, branco teu retrato/desbotado

confesso à noite o quão carente./e amarrotado!

Faço dela minha companheira,/mas é senhora de horas ligeiras

das lágrimas ao chão meu espelho./sempre aponta o instante derradeiro

E assim madrugada inteira/negro teor de tinteiro

aguardando o igual nascer vermelho./para aliviar...

Rs t... Ene Mathias

Rio das Ostras 17 de Agosto de 2008 18:14 hs Goiânia, 17 de ago/08 20:09hs