“A Sesta”

Após o almoço a soneira bate,

numa lombeira que dá gosto.

Ignoro o cachorro que late,

me deito, recosto o rosto

no travesseiro, nem gritos

das galinhas poedeiras atrapalham.

É a sesta, meus escritos

caem ao chão, se espalham,

a orquestra começa tocar,

um frio de renguiar cusco,

silêncio domina, balbuciar

algo, não consigo, busco

aquietar, assim como a cachorrada,

largada pelos cantos cochila, faz lembrar

minha infância, após a caldeirada,

só uma sesta para animar!

(Graciela da Cunha e Marta Peres)

01/08/08