Função da arte
Quem me conhece de longa data sabe da minha percepção das coisas. Sabe que eu não me importo que as coisas tenham que ser de determinada maneira. Um exemplo muito importante disso diz respeito às fotos. Às publicações. Às artes que eu amo, ou compartilho ou curto. Eu gosto que as coisas sejam expressadas. Sejam elas alegres ou tristes, não importa. Eu não acredito em colocar fotos apenas se forem felizes. Que retratem um momento feliz. Eu acredito na verdade da expressão. Eu não acho que a arte ou as expressões devam servir aos sentimentos confortáveis. Podem servir mas não foram feitas pra isso.
Não existe uma foto minha que não venha alguém dizer que eu pareço triste. E em nenhuma delas, nenhuma eu estava triste. Nem um pouco triste. Obviamente que não quero que as pessoas sejam tristes. Nem levar tristeza às pessoas. Eu acho que a fotografia não existe para deixar ou manter as pessoas felizes. Eu acho que a fotografia existe para possibilitar a expressão. Que lindo que se procure nas relações, expressões para acolher, para dar a mão. Mas não é pra isso que eu tiro foto. Ou canto. Ou danço ou escuto ou dou aulas. Ou namoro. Ou crio meus filhos. Ou faço amigos. Eu faço tudo isso e todas as outras coisas com todo amor, é sim, verdade. Com toda dedicação. Mas eu aprecio a vida como uma possibilidade de expressão. De verdade. De ser íntegro. Inteiro. Entregue.
Para que a gente seja um meio de deixar a vida passar. Que a gente seja! E ser é muito mais que deixar tudo confortável, para apresentar as cores, as dores, as alegrias, os humores, a história, a beleza, a feiura. Assim são as expressões humanas e a vida. Nem toda música é de amor. Nem todo filme tem que acabar no roteiro dos contos de fadas.
A arte está na vida pra ousar.