ENFERMEIRANDO

O dia do Enfermeiro(a).

Aqui estamos nós em mais uma passagem de uma odisseia da vida em profissão. Paulo Coelho nos diz “imagine uma nova história para sua vida e acredite nela”. Em algum momento de nossas vidas acontece essa transição. Qual é a nossa história? Qual é a nossa identidade? Em um mundo contemporâneo dos fenômenos das redes sociais onde somos convocados a superficialidade, a globalidade, ao virtual, nos esquecemos de quem somos para reproduzir o que não somos. Quem sou eu? São tantas pinceladas e camadas de tinta que sobrepõe o nosso eu que não nos reconhecemos mais, não produzimos mais opiniões, não produzimos mais nossas lutas.

Se eu não me reconheço mais porque minhas raízes estão desaparecendo, como definir então quem me representa ou quais as causas que represento? Zé Ramalho nos chacoalha com a reflexão da letra “vida de gado”, e não é assim que o mundo caminha? Nesta subjetividade do encontro ou desencontro com a nossa profissão é a nossa autoimagem que nos une permanentemente: a Enfermeira tal e o Enfermeiro tal. Em meio às crises políticas, econômicas, de identidade a algo que não muda jamais: a nossa história.

Só Deus sabe do nosso futuro, o presente nós fazemos as escolhas e o passado nos deixou uma marca. Marca essa corrompida pela omissão e pela falta de coragem de assumir as nossas bandeiras. Reconhecer a história da Enfermagem é resgatar a nossa identidade, definir as nossas escolhas e nos preparar para o futuro de uma profissão que teima em não se encontrar na sua essência do cuidar e produzir a humanização nas relações interpessoais dos sujeitos. Que teima em não entender o seu papel na saúde pública e na sociedade brasileira. Que teima em ser a sombra do que poderia ser de verdade. Que teima em não ser Enfermagem. Por isso, como dizia Platão “não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida”, é hora de “Enfermeirar”.

Reflexão sobre a Enfermagem feita em 12 de Maio de 2016.