A desconstrução do brasileiro
As ações humanas dentro da sua própria finitude do tempo causam às vicissitudes existenciais, e o passar dos tempos ficam marcados por estes fatos. Quando a alma se assola e teme que as procelas sociais e políticas lhe findem à alma e/ou um sentimento, geralmente, o homem reage, fruto de sua natureza instintiva de conservação. Mas, nos tempos atuais, é como se tivesse tido uma inversão no darwinismo social e, os mais parvos e inertes, tivessem resistido ao trom dos tempos.
O erro do povo brasileiro foi nãob racionalizar os costumes portugueses e deixar fluir à libertinagem e a devassidão em nosso solo, transformando à pátria em uma poesia de Manuel du Bocage a céu aberto; como se uma redoma nos envolvesse e nos isolasse do mundo, tendo em seu interior um ambiente parecido com o Decamerão.
As artes se findaram; e para o brasileiro, isto, sinceramente, tanto faz; o que realmente importa é que seu açougue cotidiano esteja aberto, ou seja, que os seres andem desnudos mostrando suas carnes voluptuosamente, e que haja músicas que declamem à insensibilidade e façam o circo da população; com tratamentos para com o próximo de perfidez e baixaria. A bela arte se tornou obsoleta e arcaica para as pessoas, pois, afinal, para quê ler Castro Alves se há “cantores” que fazem “ritmos” bem mais “dançantes”?
Isto tudo é um retrato fiel da política que preza o “gosto médio”, pois, enfim, pessoas que têm o gostar preciosamente bem delimitados não se prezam à gostos tão baixos.
Isso é um retrato que chamo de “arte da ralé”, não é uma arte produzida pela plebe econômica e/ou social; mas sim, uma arte produzida por acéfalos culturais. São artes que retratam uma sociedade corrompida. Mas não é arte que retrata que o verdadeiro Brasil. O Brasil constituído da labuta de seus íncolas, do suor do afã, da lágrima do brasileiro... enfim, daqueles que realmente contribuem para o desenvolvimento e não para seu retrocesso.