SOLIDÃO DA ALMA
Sem inspiração e sem rumo caminho claudicante pela estrada das incertezas. Ora aqui, ora acolá, minha alma está como uma partícula atômica, sempre em movimento. Parece que meu ser se dividiu em diversas partes incongruentes que esporadicamente se tocam e entram em harmonia.
Sinto saudade da infância, quando meu ser era livre. Sem preocupações, sem conceitos , sem prisões. Hoje, todos os passos são falsos, não levam a lugar algum.
Olho para mim mesmo e me vejo como uma pessoa realizada. Tenho uma família que me acolhe, uma pessoa que me ama e recebe o meu amor, um trabalho que me mantém, enfim uma vida que poucos têm. Contudo, parece que algo ficou para trás. Mesmo tendo tudo que faria qualquer pessoa feliz, sinto que falta-me algo.
Minha mente perambula perplexa pela humanidade e a encontra, às vezes, moribunda, às vezes, fantástica. Como seres tão limitados assumem o status de semi-deuses, avocando para si dons que pertencem a todos? E o pior. Como o povo atônito, aclama os seus semi-deuses por seus dons, como se fosem únicos.
Minh'alma se sente só. Tenta fugir, mas não consegue. É prisioneira deste mundo, ora utópico, ora verdadeiro. E se pergunta a todo momento. Existe mesmo a felicidade? Ela mesma sabe que sim. Entretanto, quando chegará o dia em que viverá independentemente da felicidade? Quando será completamente livre? Livre dos sentimentos, das virtudes, da vida, da morte. Enfim, livre para apenas existir.