Eu Sou Especial

"Porque tudo cai nas costas do trabalhador?", "Porque os trabalhadores se vêem injustiçados e nada fazem?", "Porque os trabalhadores não se unem?"

Lembra quando vc tava meio pra baixo, não sabia bem o porque, aí aconteceu aquela super coincidência incrível de você ouvir sabe se lá de onde que "você é especial do jeito que você é", "o simples fato de você ter nascido já te torna especial", "não importa o que o mundo te diga, você é especial", "você venceu a corrida da vida, você é a estrela protagonista do palco da sua vida (Augusto Cury 😝)? É por isso que nós trabalhadores não nos unimos, só por isso. Quem tem certeza aí que vai ser rico, talvez milionário/a? Todos? 90% pelo menos? Quem aceita que faz parte da força de trabalho e sempre vai fazer parte dela? Ninguém? Aí vamos lembrar que 1% da população mundial tem a mesma riqueza que 90%, traduzindo: 90% trabalhando pra fazer 1% rico e ainda assim acreditamos que todos podemos ficar por cima sermos nossos próprios chefes, não dever a ninguém (sendo que os ricos são os que mais devem).

Os ricos tem os interesses deles, nós temos o nossos, eles tem poder e nós sabemos que temos também, então porque somente os ricos conseguem o que querem? Porque nessa disputa de interesses, todos lutamos do lado dos ricos ou ficamos neutros, mesmo sendo trabalhadores. Os ricos ou, o big money, praticamente sem disputa alguma, tem o controle do mercado e das finanças, eles decidem o que fazer com a riqueza que os trabalhadores produzem porque deixamos, damos a eles o direito a posse e controle das riquezas. Os ricos se unem em torno do mercado. No fim das contas trabalhadores e até uma parte dos ricos vivem num eterno estado de fragilidade, natural de uma relação onde o poder é assertado através de autoritarismo e somente um lado tem verdadeiro poder sobre a relação (o patriarcado é igualzinho, frágil 😉).

Para equilibrar essa relação, os trabalhadores poderiam ter o estado tentando controlar o necessário para que houvesse uma defesa dos interesses da força de trabalho, em contra partida ao poder do mercado. Assim mercado e estado deveriam coexistir em equilíbrio cada um defendendo um lado das relações de produção e economia. Só que numa cultura onde ninguém se percebe como trabalhador, o estado não sabe pra que serve, não tem identidade, não tem papel e assim temos a incompetência aliada ao super controle como outro braço do poder do big money. A gente houve que comunistas e esquerdistas defendem um estado inchado e super controlador, mas na realidade em que existimos o estado é aliado dos bancos e trabalhador só recebe fomento através de empréstimos e descontos dado aos bancos que pingam uma porcentagem dessa riqueza em forma de dívida (ou crédito) para os trabalhadores. Quando o mercado fali, o estado o resgata com dinheiro dos trabalhadores

Solução? Fácil, vamos aceitar que todos fazemos parte de um mesmo corpo chamado sociedade, de nação, e aceitar que só podemos ir tão longe quanto esse coletivo permitir, tudo me afeta. Vamos esquecer as exceções e trabalhar para que o que parece ser especial hj seja lugar comum amanhã. Quer auto-estima? Seja civil, trabalhe para si pensando no bem comum, seja gentil, considere a realidade dos outros, o valor está no trabalho no que podemos fazer, tenhamos esperança, e não nos desesperemos porque temos razões concretas suficientes para acreditar. Vamos pensar em sermos úteis e não especiais.

http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/01/1-da-populacao-global-detem-mesma-riqueza-dos-99-restantes-diz

Fernando M
Enviado por Fernando M em 24/01/2018
Código do texto: T6235268
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.