Título de cidadão sousense do professor Luis Carlos Azevedo Oliveira (IFPB Campus Sousa)
Excelentíssimo senhor Presidente da Câmara Municipal de Sousa, Aldeone Abrantes,
Excelentíssimo senhores Vereadores, Vereador Daniel Pinto, autor da propositura,
Nobres profissionais da imprensa presentes,
Amigos e colegas do Instituto Federal da Paraíba – Campus Sousa,
Meus senhores e minhas senhoras,
Nesta tarde/noite sertaneja de um outono angustiadamente estio, porém não menos belo, estamos aqui reunidos, estado e sociedade, para prestar uma singela homenagem a uma pessoa de bem, um profissional da educação que tem prestado relevantes serviços a nossa cidade, nas áreas educacional, cultural, social e esportiva. Se de um lado rendemos tributos pela louvável iniciativa do poder legislativo sousense, por outro lado reconhecemos que o Professor Luis Carlos faz por merecer este título, afinal de contas são vinte e cinco anos de extrema manifestação de desvelo e idolatria à terra de Salomão Gadelha. Sou testemunha ocular que este afeto a Sousa tem lhe custado o martírio da saudade de pessoas que ele mais ama na vida, como sua mãe e suas duas irmãs, devido a dolorosas e inflexíveis distâncias geográficas.
Conheço Luis Carlos como poucos. Admito, com rígida imparcialidade, que desde o início me encantei com a sua ingenuidade, a sua boa-fé, o seu desprendimento aos bens materiais, o gosto exacerbado pelo esporte. São duas décadas de intensa e pura amizade. Posso falar sobre ele, com a autoridade e a propriedade de quem já lhe "puxou as orelhas", nas poucas vezes que isso foi necessário, e de quem já foi beijado, por ele, tantas e tantas vezes, sem reciprocidade, é bem verdade (ar de riso).
Para alguns, que não o conhecem como eu, em um primeiro momento, pode ser visto como um sujeito grosso, mas afirmo, com serenidade e convicção, que é o grosso mais refinado e sutil que conheço. Pode ser confundido como uma pessoa fria, insensível, mas na realidade é um ser humano extremamente empático, afetuoso, até. Pode ser tachado, algumas vezes, de prepotente, mas não passa de um magnânimo. Pode ser considerado um mal-humorado, mas se for o caso, é o mal-humorado mais divertido e exultante que se tem notícia. Podem até achar que ele seja um indivíduo desamoroso, contudo, ele possui uma alma e um coração que esbanjam ternura. Podem imaginar que ele seja valente, bravo, brigão mesmo, mas, no fundo, é o professor mais frouxo do IFPB. Ele só briga pelo seu direito alienável de oferecer uma prática desportiva de qualidade para jovens e adolescentes do nosso município. No entanto, nem mesmo em pensamentos ou devaneios, ninguém, até o presente momento, ousou contestar a pureza e o encanto de sua gratidão, da sua sinceridade, da sua honestidade, da sua bondade, de sua lealdade, de sua humildade, do seu caráter, enfim.
Meus senhores, um homem de bem também tem família. E você, Luis Carlos, tem demonstrado todo um amor e carinho familiar. Seja pelos seus entes consanguíneos, seja pelos entes afins. Em relação a sua esposa, você tem manifestado um apreço à parte. Acompanhei, recentemente e de perto, aquele que deve ter sido o seu maior drama, que foi o trágico e brutal assassinato do seu jovem cunhado Jonas, que abalou a todos. O ano era dois mil e onze. Agosto. Dois. Um dia sem compaixão, com recessos de sensibilidade, de condescendência, de cristandade. Um dia, escrito na história com tintas de sangue, que jamais deveria ter existido. Como dizia o poeta, naquela ocasião, no desfecho do dramático episódio, todas as esperanças da família emigraram. Apenas a desolação ficou. Soberana. Persistente. Implacável. Destinos foram atropelados. Sousa sabe bem do que estou falando. Mas não se enganem os incrédulos. Deus existe e a tudo presenciou. Um dia, Ele julgará essas criaturas. Um dia, Ele confortará todos vocês, enxugará a última lágrima. Apenas Ele é capaz. Nada ou ninguém mais. E tudo serenará. O Sertão, testemunha dos acontecimentos e revestido de sentimentos compassivos, guarda esta certeza.
Lulinha, neste momento, movido por forte emoção e com a alma transbordando de regozijo, confesso que me sinto duplamente feliz. Em primeiro lugar, por ser merecedor da sua amizade. Uma amizade pura, sincera, verdadeira e recíproca, absolutamente desprovida de dissimuladas intenções. E em segundo lugar, por estar representando, aqui na frente, em uma daquelas ocasiões extremamente especiais das nossas vidas, a minha classe de servidores técnicos-administrativos do nosso querido IFPB, no qual somos também colegas de profissão.
Professor Luis Carlos, pode se orgulhar, pois você é um ser benquisto, especial. Não é à toa que você tem quase um milhão de amigos. Mantenha esta postura de cordialidade, até mesmo em seus prolixos diálogos com o destino. Este honrado parlamento hoje te aplaude e te reverencia. Você agora não é mais um forasteiro. É um distinto cidadão sousense. O mais novo filho do sertão paraibano. Filho de uma região essencialmente acolhedora, culturalmente rica, nordestinamente encantadora. Terra de cabra macho: berço de Chico Pereira. Terra de homem culto: pátria de Celso Furtado. Terra da poesia: lar e cenário de inspiração de Ariano Suassuna. Terra de todos nós.
Enfim, Lulinha, para concluir, nesta data nobre, inolvidável, digna de ser lembrada por gerações: eu não preciso nem dizer. Tudo isso que eu lhe digo. Mas é muito bom saber. Que eu tenho um grande amigo! Parabéns e felicidades.