Discurso de formatura de Brunna Rachel de Oliveira Soares - Sousa-PB
Boa noite a todos!
Nesta noite tão especial e memorável comemoramos uma grande conquista em nossas vidas, a conclusão de uma importante etapa estudantil, numa caminhada árdua e ao mesmo tempo gratificante.
Nesta data inolvidável, não poderíamos deixar de agradecer às pessoas que mais contribuíram para esta sublime realização. Em primeiro lugar, aos nossos pais. Ao longo de todo esse tempo, todos zelosos, preocupados, nervosos, carinhosos, mas hoje, acima de tudo, orgulhosos, pois atestam que todos os esforços envidados em nós estão sendo recompensados. Por vezes, acreditaram em nós mais do que nós mesmos. Desde o jardim de infância, desde o berço...
No mesmo sentido, os nossos mestres desenvolveram um papel de protagonismo nesta formação. Não se satisfizeram apenas em ensinar, no sentido estrito e formal da acepção. Partilharam conhecimentos, multiplicaram saberes, nos tornaram cidadãos com formação crítica e política, capazes de enfrentar um mundo voraz, injusto e marginal.
Meus queridos mestres, a causa de vocês, o sacerdócio do saber, é muito nobre. Se algum dia, a tirania da desmotivação ou da desilusão com a profissão bater às suas portas, lembrem-se que hoje vocês detém o ofício que um dia, ou durante uma vida, pertenceu ao grande Paulo Freire. Ou ir mais além: o ser mais poderoso e divino que habitou entre nós era chamado de “mestre”.
Neste momento ímpar, não poderíamos relevar o brilhante papel dos funcionários da Escola Mestre Júlio Sarmento nesta empreitada. Zelam a instituição como se fosse a sua casa, cuidam de nós como se fôssemos filhos, laboram com extremo profissionalismo. Embora tudo isso seja fácil para eles, pois trabalham com a alma. E, segundo o professor Chiquinho Cicupira, a alma é inspirada, notadamente, pelo entusiasmo.
De maneira particular, agradeço a presença da minha avó materna, que adveio de Brasília para prestigiar esta minha vitória. Bem como, dos meus avós paternos, recém-imortalizados na literatura paraibana, através da magnífica obra do meu pai “Zé Tarzan e Nina – às margens do Rio Piranhas”, uma prosa poética que narra uma belíssima história de vida, exemplo de honradez para todos nós.
Por fim, não nos esqueçamos de Deus, que nos deu a vida e a sabedoria para chegarmos até aqui. Devemos sempre recorrer a Ele, até mesmo para buscarmos as nossas conquistas futuras, pois assim constataremos o quanto o impossível é frágil, limitado, alcançável...
Agora, dirijo-me a nós, os formandos. Quantas vezes já ouvimos “o que você quer ser quando crescer”? Quando pequenos, tínhamos várias ideias do que gostaríamos de ser, mas agora que crescemos e estamos a um passo da tão sonhada “faculdade” precisamos de uma resposta certa e concreta, não para os outros, mas para nós mesmos.
Meus estimados amigos e colegas, encontramo-nos numa transição entre o sonho e a realidade, entre os laços paternos e a rudeza do mundo. Amanhã, começaremos a trilhar novos caminhos, repletos de pedras, espinhos, mas também de infinitas oportunidades. Cabe a nós efetuar os desvios necessários, plantar as sementes positivas, manter as nossas íntegras raízes, optar pelas boas sombras, colher os frutos sãos...
Adentramos em uma vereda sem volta. Não adianta culpar o destino, pois a escolha foi nossa. Devemos estar preparados para o amanhã, para as idas e vindas, para as angústias e alegrias, derrotas e vitórias, dores e deleites. Desistir, jamais. Deste remorso, estamos convictos, não padeceremos!
O poeta Drummond já dizia: “o importante não é estar aqui ou ali, mas ser. E ser é uma ciência delicada, feita de pequenas observações do cotidiano, dentro e fora da gente. Se não executamos essas observações, não chegamos a ser: apenas estamos, e desaparecemos”.
A nós, desejo toda sorte, paz e amor do mundo!
Muito obrigada a todos.
Discurso proferido durante a colação de grau da turma concluinte do ensino médio da Escola Mestre Júlio Sarmento - Sousa-PB, 17 de dezembro de 2017.