Onde Está o Nosso Amor?
As perguntas pessoais nos deixam desconfortáveis pelo seu caráter pessoal, pois elas nos poem contra parede, elas nos desafiam.
E mesmo sabendo que, em geral, não gostamos que ninguém invada a nossa privacidade, principalmente, por meio de perguntas que auscultam o nosso recôndito coração, peço-lhe licença para fazer-lhe algumas perguntas pertinentes.
Eis as perguntas que quero lhe fazer: você ama? Você sabe o que é amor verdadeiro? As pessoas que convivem contigo e as que não convivem sentem-se amadas por te?
Como assim? Você pode, com razão, perguntar. A pergunta pode ser um tanto quanto vaga porque pode-se amar esposa, filho, mãe ou amigos de várias formas. Não é mesmo? Mas o tipo de amor que me refiro aqui é aquele que as sagradas escrituras nos mandam praticar, amor que não busca seus próprios interesses, que tudo sofre e suporta, amor que não se alegra com injustiça, mas que procurar a justiça. Deixe-me ser um pouco mais específico e explícito fazendo mais três perguntas.
Quantos não perderam a sensibilidade da dor do mundo, que tanto chora por um ato de justiça? Quantos hoje, simplesmente, não fazem a questão de compartilhar o que têm com aqueles que tanto precisam - quantos? Quantos hoje, tragicamente, já não sabem, na prática, o significado do amor - quantos?
A verdade é que, seja o som dos nossos aparelhos radiofônicos, sejam as páginas dos nossos jornais, as telas dos nossos dispositivos eletrônicos ou os outdoors nas ruas das cidades; a mídia constantemente "denuncia" a galopante perdição da sociedade.
Porquanto o mundo tem se manchado de sangue, se vestido de vergonhosa sensualidade, folgado nos seus prazeres e sucumbido à adoração de si mesmo (Ex 32.1). Aliás, isso já não é novidade para mais ninguém; todos veem, todos sabem.
Mas o que mais entristece é ver o solene silêncio fúnebre daqueles que podem fazer alguma coisa. A indiferença dos que podem fazer algo preocupa. Não é a omissão dos perdidos que preocupa, mas o silêncio dos salvos é que perturba.
Onde está o nosso amor como cristãos redimidos pelo sangue de Cristo?
Aonde foi o primeiro amor que nos fazia testemunhar o evangelho de Cristo aos colegas do trabalho, ao barbeiro da barbearia, a vizinha do lado ou o parente sem Cristo? Aonde foi?
Ah! Nós que conhecemos a verdade, de maneira nenhuma deveríamos fazer vista grossa a essa triste realidade que cada vez mais se impõe. D. A. Carson disse: "As vozes da melancolia nos dizem que a cultura está decadente, os padrões morais estão ruindo, a integridade está desaparecendo”, e infelizmente isso é verdade.
Paulo, por sua vez, em 2 Tm 3.13 nos informa que o mundo vai piorar: “os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados”. Contudo, nem por isso devemos deixar de anunciar-lhes as boas novas da salvação. Deus amou o mundo, e a semelhança dEle devemos fazer o mesmo!
Onde está o seu amor?
Não seja indiferente ao sofrimento do mundo. importa que vá e testemunhe! Mostre que sim vale a pena acreditar no amor. Vale a pena crer que existe um povo que busca viver uma vida de piedade em semelhança àquele que demonstrou na cruz o maior ato de justiça.
Portanto, importa que não nos importando com as circunstâncias adversas digamos como Paulo: "Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado." (2 Co 12.15)
"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade"! (1 Jo 3.18)