As vítimas da pornografia
Nos últimos anos, observou-se um aumento assombroso na quantidade de pornografia confeccionada por todo o mundo. Diversos cineastas e produtores são os agentes ativos das empresas do sexo, que lucram em cima de filmes, fotos e toda sorte de artigos contendo nudez pesada.
Nunca foi tão fácil encontrar esse tipo de conteúdo, seja na internet ou em outros lugares. Qualquer criança que entre em uma banca para comprar gibi, se olhar para cima, verá mulheres nuas em capas de revista como que esta apresentam apenas nudez e outras que efetivamente apresentam sexo explícito, com imagens apresentando penetração e sexo oral. Além disso, o pornô é muito fácil de ser encontrado na rede. Digitar a palavra "sexo", "seios", ou quaisquer coisa do tipo, proporcionará milhões de resultados obscenos, para que o internauta possa clicar em qual desejar. A pornografia está tão espalhada que se você digitar em uma ferramente de busca online palavras corriqueiras como "plantação", "rodovia", "janela", aparecerá algum tipo de mídia desse gênero. Ela simplesmente está por toda parte.
"A pornografia não pode ser oferecida", ou seja, não é permitido, por exemplo, em um site qualquer, aparecer um link que diretamente leve para um sítio que contenha conteúdo inapropriado. No entanto, que criança não clicaria no link que aparece a foto de uma mulher bonita, que leva a um site mais pesado que consequentemente terá links para sites de sexo? Esta é uma das grandes falhas. Entre aspas, só vê pornografia quem quer: não é exatamente assim.
Ver pornografia é vício e destrói relações. É fato. O indivíduo que está viciado em ver mulheres ou homens nus está preso nessa adição, que é tão poderosa (e destrutiva) quanto cigarro ou bebida. Muitos dos fieis clientes do pornô pensam que não, mas mais de 80% das pessoas que vêem esse tipo de gênero não conseguem ficar mais de uma semana sem ter mais. É um vício que se assemelha ao jogo, dependências físicas. Nem todo vício é causado por substâncias. Existem viciados tão críticos que chegam a ser assinantes de sites "premium", que apresentam conteúdo especial para quem paga. É vício ou não?
Ademais, todo aquele que está acostumado a ver conteúdo assim é mais suscetível à ejaculação precoce, um dos problemas que mais assolam os homens, por causa da masturbação. Praticamente todos os viciados também se masturbam, e acabam acostumando o organismo a chegar ao orgasmo rapidamente, sendo um empecilho na hora do sexo real. A masturbação passa a ser, assim, um "coringa": serve quando a pessoa está agoniada e feliz, com medo e confiante, é fonte de felicidade e de consolo. Masturbação excessiva pode causar sérios danos à saúde, contudo.
Alterações de comportamento também são notadas. Nos filmes de sexo, o homem normalmente domina a mulher, dotado de uma brutalidade tão alta que chega a ferir a atriz na cena, levando o indivíduo a acreditar que aquilo é normal, tornando-se uma pessoa grotesca em suas relações. Essa prática, portanto, é danosa também para as relações: o viciado isola-se, e o vício passa a ser seu melhor amigo.
Dentro da indústria pornô, outros problemas, de cunho social e até de saúde, são presentes. Imagine-se uma bela jovem, sem qualificação e procurando emprego. De repente, um elegante empresário vem até você, te oferecendo muito dinheiro e um serviço fácil. Muitas meninas entram assim para a indústria da pornografia, por falta de opção, logo ao fazerem 18 anos.
A doença, também, é algo muito disseminado. A estrela pornô Regan Star diz que "quase todo mundo tem DST", e que "apenas o exame de HIV basta para trabalhar". Mais de dois terços dos atores têm herpes genital, e quase 80% está contaminado com alguma DST, inclusive AIDS. Há um notório caso de um ator, que teve filmou uma cena desprotegido com uma soropositiva, e, no dia seguinte, fez uma dezena de cenas com outras modelos, contaminando todas.
A violência, citada anteriormente, não é fictícia. Muitas das cenas que os espectadores julgam "realistas", que apresentam as modelos gritando e chorando, são verdadeiras.
De acordo com a modelo Star Sierra Sinn, "minha primeira cena foi uma das piores experiências da minha vida. Foi muito assustador. Foi uma cena muito difícil. Meu agente não me deixou saber antes do tempo ... Eu fiz isso e eu estava chorando e eles não pararam. Foi muito violento. Ele estava me batendo. Doeu. Isso me assustou mais do que qualquer coisa. Eles não iriam parar. Eles só deixaram rolar". Já Alex Devine, outra modelo, conta uma história ainda mais assombrosa. Nas suas palavras, "Donkey Punch foi a mais brutal, deprimente e assustadora cena que eu já fiz. Eu tentei bloquear isso da minha memória devido ao abuso grave que recebi durante as filmagens. O cara, Steve French tem um ódio natural para as mulheres no sentido de que ele sempre foi conhecido por ser mais brutal do que necessário. Eu concordei em fazer a cena pensando que seria menos batida, com exceção do 'soco' na cabeça. Se você percebeu, Steve usava seu anel de ouro maciço o tempo todo, e continuou a me bater com ele. Eu realmente tive de parar cena, enquanto estava sendo filmado, porque eu estava com muita dor".
Abortos também são muito comuns. Grande parte das atrizes já fizeram ao menos um aborto, já que a pílula anticoncepcional utilizada não é perfeita. Muitas simplesmente não tem condições de criar a criança, ou fazem-no para continuar trabalhando.
Drogas, sobretudo, são um dos mais horripilantes problemas para as pessoas desse meio. Quase todos estão envolvidos com ao menos um tipo de droga, sendo a mais leve a bebida. O trabalho pornográfico e desgastante, e muitos, bem como os artistas que ficam exauridos após turnês de shows, recorrem à narcóticos. Jersey Jaxin, uma ex-atriz que conseguiu escapar do meio, conta: "Eu era uma bebedora. Bebi muito. Vodka foi a minha droga. Vodka era meu brinquedo entorpecente. Antes sets, depois de sets, e se fosse um jogo onde as pessoas não se importavam, eles estavam lá esperando". Já a modelo Becca Brat, que participou de mais de 200 filmes, afirma:
"Eu saí com um monte de gente na indústria Adulta, todos de meninas com contrato para ser atriz Gonzo [modalidade em que o sexo é filmado por quem participa]. Todo mundo tem os mesmos problemas. Todo mundo é contra as drogas. É um estilo de vida vazio tentando preencher um vazio.
Tornei-me horrivelmente viciada em heroína e crack. Eu tive overdose pelo menos 3 vezes, teve truques puxar facas em mim, ter sido espancado quase até a morte, a única razão pela qual eu ainda estou aqui é Deus.
Olhando para trás, eu estava tão infeliz. Como pude deixar que me falassem que era uma coisa boa? Uma vez que você entrar na indústria, e você estiver trabalhando para ganhar a vida e você não vir nenhuma saída, você coloca este grande show. Você se torna Becca Brat. É uma pessoa diferente. A parte mais difícil de deixar a indústria encontrava Karly novamente, lembrando que Karly foi porque eu fui Becca por muito tempo. "
Portanto, detrás de todo o glamour e "tesão" que um filme pornô provoca, está envolvido o sofrimento de muitas dessas meninas. Fácil notar, após ficar a par desses fatos, o olhar de infelicidade nos protagonistas desses filmes, que mesmo sorrindo, mostram o quão miserável estão. O trabalho desgastante, o sexo desenfreado, a vergonha, a perda de sensibilidade do órgão genital, cenas envolvendo ações desumanas e brutais destroem o psicológico e o físico de qualquer um. O sexo, que deveria ser algo íntimo e prazeroso, vira sinônimo de dor e angústia. As marcas causadas em uma pessoa afetada diretamente ou indiretamente por esse universo nunca saem, a exemplo das DSTs e das atrizes que carregam o fardo de ser 'ex-atriz pornô'.
No entanto, há uma saída. O site "The Pink Cross" (Cruz Rosa, em inglês) oferece dados, os mesmos que utilizei neste texto, sobre a indústria pornográfica e os efeitos dos seus produtos nas pessoas. Ele ensina também como um viciado pode escapar. O link, em inglês, é este: https://www.thepinkcross.org/
Devemos proteger nós mesmos desse conteúdo e evitar que nossos jovens de participem desse tipo de atividade.