Filosofia , ciências e poesia: sócrates e o trovadorismo EM http://pesquisaecia.blogspot.com.br/2008_09_01_archive.html E http://www.clickdeia.com.br/portal/mostrarConteudo.php?idPagina=9935

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As primeiras aulas de filosofia, sociologia e trovadorismo: crítica ao etnocentrismo

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1. A partir do texto abaixo, exponha em um pequeno artigo de opinião o que chama a sua atenção das ideias sobre o modo de pensar dos filófoso:

Para começarmos a entender o que diferencia o modo de conhecer dos filósofos, que podemos chamar também de pensamento filosófico, e estabelecer algumas de suas características, podemos usar dois exemplos da história que podem deixar mais claro o nosso caminho: o nascimento da filosofia e a morte de Sócrates.

Sócrates: atitude filosófica vivida de maneira extrema

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Estes dois acontecimentos possuem certa característica em comum e que pode ser considerada como uma das mais importantes do pensamento que agora estudamos: um tipo deatitude crítica, também conhecida como atitude filosófica.

Quando os primeiros filósofos, os filósofos da natureza, começaram a questionar o pensamento mítico, inauguraram também uma nova forma de se colocar frente ao mundo, uma forma em que questões como – O que é? Por quê? Como? – ganharam um enorme valor.

Quadro de Dalí, onde cisnes são refletidos como elefantes: a atitude crítica nos apresenta novas formas de ver o mundo:

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Esta foi a mesma postura que Sócrates tomou quando se viu em meio à “sabedoria” dos sofistas. Ao questionar aquelas verdades que eram não mais do que frutos de uma vontade, vontade de dominar o poder da cidade, o filósofo acabou por mostrar a fragilidade daquele pensamento, sendo por isso condenado à morte.

Dito isto, é importante chamar a atenção para as duas funções da atitude filosófica: ela, ao mesmo tempo em que nega o senso comum, a ideologia, também questiona, e ao questionar, abre a possibilidade de construirmos um conhecimento mais seguro, mais próximo da verdade.

Entretanto, será que o modo de questionar da filosofia é igual ao que estamos acostumados em nosso dia-a-dia? Será que a filosofia tem uma maneira diferente de formular suas questões, para assim obter seu conhecimento? E a construção do conhecimento filosófico, como será feita?

2. Além de responder as perguntas no final deste artigo abaixo, escreve uma resenha sobre omodo de pensar dos cientistas e sociólogos:

O pensamento científico é, ao lado do filosófico, umas das formas que temos para lidar com a realidade através de uma postura reflexiva.

Foi somente a partir da evolução deste pensamento que homem se tornou capaz de desenvolver diferentes tipos de ciência, definidas de acordo com os diferentes objetos do mundo que podem ser estudados.

O modo de demonstração aplicado na geometria serviu de base para o desenvolvimento de outras ciências

Seguindo este princípio, as ciências podem se dividir em:

● ciências matemáticas (ex: geometria, álgebra, aritmética, lógica)

● ciências naturais (ex: física, química, biologia, geologia, geografia física)

● ciências humanas ou sociais (ex: sociologia, antropologia, economia, psicologia, psicanálise, história)

● ciências aplicadas (ex: arquitetura, direito, engenharia, medicina)

Podemos considerar que a principal característica do conhecimento científico é a utilização de um método, chamado demétodo experimental ou científico, utilizado pelos pesquisadorespara que estes consigam, ao seguir todos os seus passos, a organização necessária na busca de um conhecimento que seja sistemático e objetivo. Mas o que isto significa?

Significa que o conhecimento produzido pelo método científico deve ser sempre organizado, ordenado (daí sistemático); e que ele deve levar em conta apenas fatos concretos (daí objetivo), e nunca opiniões ou sentimentos, que fazem parte de um modo subjetivo de conhecer.

Isto permitirá que o cientista, e este é seu principal papel, formule leis que demonstrem como são ou como se relacionam os diferentes objetos do mundo.

O método científico, no que diz respeito à sua história, começou a ser desenvolvido pelo filósofo e matemático italiano Galileu Galilei (1564-1642), que fez a primeira apresentação deste modo de agir em uma obra intitulada Discursos e demonstrações matemáticas acerca de duas novas ciências.

Em termos de estrutura, o método é composto basicamente por quatro etapas. São elas:

- Observação

- Hipótese

- Confirmação da hipótese

- Generalização

Qual o significado e o que se faz em cada uma dessas etapas? Para aprender mais, você pode continuar por este caminho.

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Afinal, o que faz um sociólogo?

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É fácil imaginarmos um médico no hospital, um engenheiro trabalhando, um químico ou biólogo no laboratório ou um fisioterapeuta.

Mas como o profissional da sociologia se encaixa no mercado de trabalho? Como o sociólogo ganha a vida? Vamos acabar com o mistério e descobrir a importância da atuação deste especialista.

Claude Lévi-Strauss na Amazônia: pesquisa científica em 1934

Pesquisa Científica

Encontraremos muitos sociólogos trabalhando com pesquisa científica.

Não nos espanta a imagem do sociólogo buscando informações, realizando pesquisas, produzindo conhecimento testado, verificado e organizado acerca de diversos assuntos.

Mas logo surgirá a pergunta numa sala de aula: "Quem o emprega?", "Quem paga seu salário?"

A pesquisa científica em qualquer ramo profissional é patrocinada por diversas instituições que têm interesse no conhecimento que será adquirido. Com a sociologia não é diferente.

Lévi Strauss agora se dedica à produção literária

Instituições como universidades, órgãos governamentais, fundações ou grandes empresas são exemplos de empregadores freqüentes do trabalho de um sociólogo.

A bolsa pesquisa é comum em universidades, quando órgãos de pesquisa pagam um valor mensal ao estudioso para que determinado projeto pré-aprovado seja realizado.

Além disso, várias decisões que precisam ser tomadas por uma fundação, órgão do governo ou empresa dependem de maiores informações e maior número de dados para evitar a escolha de um rumo equivocado, que pode trazer más conseqüências. E, invariavelmente, estas decisões envolvem fatores sociais, grupos sociais ou conseqüências sociais. Neste caso, os responsáveis por estas decisões também optarão pelo emprego de um sociólogo.

Para saber mais sobre o que faz um sociólogo siga por aqui.

Há grupos aos quais pertencemos e outros dos quais não fazemos parte. Os grupos nos quais estamos incluídos vamos chamar de grupos pessoais. Pertencemos a vários deles: nossa família, um grupo de amigos do trabalho, grupo de dieta, pessoas da minha raça, do meu sexo, do meu país.

Em cada grupo haverá interesses em comum, afinidades, compatibilidades.

Quando nos encontramos com alguém de fora de nossos grupos pessoais, rapidamente nos interessamos pelas diferenças, promovendo as características de nosso grupo pessoal ou apreciando as do outro ao qual não pertencemos.

É muito comum, por exemplo, termos em nossos grupos pessoais piadas que fora deles não fazem sentido. Assim, uma pessoa de fora poderá se sentir excluída ou deslocada quando não entender a graça, pois não terá as mesmas referências.

Assim também ocorrerá com as referências de um sexo para o outro, de uma religião para outra, de um estado para outro. Os grupos dos quais não fazemos parte chamamos de grupos externos.

A inclusão ou exclusão em um grupo social pode muitas vezes ser dramática, por exemplo, quando queremos desesperadamente pertencer a um grupo externo ou passamos por situações constrangedoras como no caso das piadas.

Esses são códigos necessários para fazer parte do grupo que pode ler o jornal, escrever uma carta, anotar um recado ou telefone, conferir o troco. Mais ainda, estudar é fazer parte de um grupo que está cada vez mais apto a fazer parte de outros grupos.

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3. Qual é a relação entre a política, a ética e as culturas? Repense o conceito de etnocentrismo, evidenciando o entre-lugar que o intelectual latino-americano deve exercer para fazer a crítica à hegemonia e à cultura europeia.

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4. Escolha das lista sobre a obra de Machado de Assis, um dos textos e realize uma resenha e envie para joseboscolpp@bol.com.br

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5. Leia o texto abaixo sobre as cantigas medievais tão comuns no trovadorismo e procure relacionar com as canções ou estilos musicais ou de cantigas regionais hoje existentes em sua comunidade ou no Brasil.

OBSERVAÇÃO: As cantigas foram feitas em uma época de sua origem ou da origem da língua portuguesa em Portugal, ou seja, escritas ou cantadas em galego-português.

CANTIGA DE AMIGO

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Diferente das CANTIGAS DE AMOR e as cantigas de amigo tinham origem mais tradicional e popular.

Nesse gênero, o eu-lírico era feminino: a mulher cantava os sofrimentos pelo homem amado. Isso não significa que eram as mulheres que faziam os poemas. Ao contrário, eram sempre homens que os faziam e este era apenas um recurso poéticoutilizado pelos trovadores.

Por ter origem mais popular, as cantigas de amigo possuíam algumas características bem próprias. Geralmente se passavam no campo, onde uma moça lamentava a ausência do amado.

Outra característica era o fato de apresentarem estrutura mais simples. Muitas vezes elas possuíam "refrão", isto é, uma frase que se repetia ao longo do poema. Veja o exemplo abaixo:

Ai flores, ai flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo?

Ai, Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado?

Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pôs comigo?

Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,

aquel que mentiu do que m'á jurado?

Ai, Deus, e u é?

- Vós me preguntades polo voss'amigo?

E eu ben vos digo que é san'e vivo.

Ai, Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss'amado?

E eu ben vos digo que é viv'e sano.

Ai, Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é san e vivo,

e será vosc'ant'o prazo saído.

Ai, Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é viv e sano

e será vosc'ant'o prazo passado.

Ai, Deus, e u é?

Dom Dinis

CANTIGA DE ESCÁRNIO

Você sabe o que é sátira? A sátira é uma crítica, geralmente bem humorada, a certas pessoas ou instituições.

A sátira em língua portuguesa começou já na poesia trovadoresca. Ou seja, desde o começo da Literatura Portuguesa se tem o hábito de criticar. Naquela época, existiam dois tipos de poesias satíricas: a cantiga de escárnio e a cantiga de maldizer.

A cantiga de escárnio era uma sátira feita de maneira mais sutil, sem revelar o nome do criticado, utilizando às vezes duplo sentido.

Ai dona fea! fostes-vos queixar

Porque vos nunca louv'en meu trobar

Mais ora quero fazer un cantar

En que vos loarei tôda via;

E vêdes como vos quero loar:

Dona fea, velha e sandia!

Ai, dona fea! se Deus me perdon!

E pois haverdes tan gran coraçon

Que vos eu loe en esta razon,

Vos quero já loar tôda via;

E vêdes qual será a loaçon:

Dona fea, velha e sandia!

Dona fea, nunca vos eu loei

En meu trobar, pero muito trobei;

Mais ora já un bem cantar farei

En que vôs loarei tôda via;

E direi-vos como vos loarei:

Dona fea, velha e sandia!

Joan Garcia de Guilhade

Obs: Gregório de Matos, o boca de brasa ou do inferno, aproveitou das cantigas de escárnio para fazer suas poesias sátiras e de deboche.

Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer era mais direta, geralmente identificando a pessoa satirizada. A linguagem utilizada também era mais agressiva, sem muito espaço para ironias e duplo sentido.

Foi un dia Lopo jogral

a cas d'un infançon cantar

e mandou-lhe ele por don

dar três couces na garganta,

e fui-lh' escass', a meu cuidar

segundo como el canta.

Escasso foi o infançon

en seus couces partir enton,

ca non deu a Lopo enton

mais de três na garganta,

e mais merec' o jograron,

segundo como el canta.

Martim Soares

CANTIGAS DE AMOR

As cantigas de amor apresentavam o eu-lírico masculino. Ou seja, o homem cantava os seus amores pela mulher amada.

Mas isto era feito de uma forma bem típica:

- o trovador se colocava como servo, vassalo da mulher amada, chamando-a de "Senhor" em sinal de respeito;

- ao longo do poema, ele lamentava seu sofrimento de amor;

- o amor cantado é sempre impossível.

Cantiga de amigo

Assim, as cantigas de amor tratavam das relações amorosas refletindo a estrutura da sociedade da época, na qual era comum a vassalagem.

Ao contrário das cantigas de amigo, as cantigas de amor tinham origem mais nobre, tendo surgido nos círculos palacianos. Por isso, embora o poeta se colocasse como servo e de uma classe inferior à mulher amada, era apenas um recurso poético. Geralmente elas eram compostas por nobres.

Veja a seguir dois exemplos de Cantigas de Amor:

Estes meus olhos nunca perderán,

senhor, gran coita, mentr’eu vivo for;

e direi-vos fremosa mia senhor,

destes meus olhos a coita que han:

choran e cegan, quand’alguen non veen,

e ora cegan por alguen que veen.

Guisado teen de nunca perder

meus olhos coita e meu coraçon,

e estas coitas, senhor, mias son:

mais los meus olhos, por alguen veer,

choran e cegan, quand’alguen non veen,

e ora cegan por alguen que veen.

E nunca já poderei haver ben,

pois que amor já non quer nene quer Deus;

mais os cativos destes olhos meus

morrerán seca mi fazerdes bem.

Pero sempre vompre por veer alguen:

choran e cegan, quand’alguen non veen,

e ora cegan por alguen que veen

João Garcia de Guilhade

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OUTRAS DICAS:

PRIMAVERA DOS LIVROS – Nesta quinta-feira, 25 de setembro, começa a PRIMAVERA DOS LIVROS 2008, no estande (número 16) no Centro Cultural São Paulo, com numerosos eventos: Sexta-feira - 26 de setembro, das 14 às 16 horas Mesa-redonda São Paulo, cidade da tolerância? Políticas de inclusão Heleieth I. B. Saffioti – socióloga, professora universitária em programas de estudos pós-graduados Bruna Mantese Souza – Co-organizadora do livro Jovens na Metrópole e membro do Núcleo de Antropologia Urbana da USP Suely Roque Mendes – Diretora da Biblioteca Braille do CCSP Julian Rodrigues – Ativista LGBT do Instituto Edson Neris e do Forum Paulista LGBT Sábado – 27 de setembro, das 14 às16 horas Mesa-redonda A Fundação de São Paulo – Caminhos e profecias Luis Augusto Bicalho Kehl – Arquiteto e autor de Simbolismo e profecia na fundação de São Paulo Ricardo Maranhão – Historiador, co-autor de Caminhos da conquista – A formação do espaço brasileiro Vallandro Keating – Arquiteto, artista plástico e co-autor de Caminhos da Conquista – A formação do espaço brasileiro Sábado – 27 de setembro, às 17 horas Oficina de brinquedos artesanais com Renata Meirelles, autora de Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil, indicado ao Prêmio Jabuti 2008 Baseada em brincadeiras infantis da Região Amazônica, a autora propõe, através de um passo a passo, a criação de diferentes brinquedos artesanais. Domingo - 28 de setembro, das 11 às 13 horas Mesa-redonda 100 anos da imigração japonesa e a literatura Jo Takahashi, da Fundação Japão Angel Bojadsen, editor Lica Hashimoto, tradutora Jorge Okubaru, jornalista e autor do livro O Súdito Johmy Arai, jornalista e editor Domingo - 28 de setembro, às 18 horas Observações científicas com Francisca C. do Val, autora de Drosófila a mosquinha famosa Como se faz uma observação científica? A bióloga e artista plástica Francisca C. do Val mostrará com seu super microscópio alguns pequenos insetos, com um jeito agradável de ensinar e divertir brincando.

PREMIO FAPERN DE JORNALISMO - Inscrições para o Prêmio FAPERN de Jornalismo encerram-se em 03 de Outubro. O concurso, que tem como objetivo incentivar a publicação de matérias que divulguem o desenvolvimento científico-tecnológico no Rio Grande do Norte, premiará trabalhos jornalísticos nas categorias jornalismo impresso (revista e jornal) e jornalismo eletrônico (rádio, tv e internet). Podem concorrer matérias publicadas/veiculadas entre 1º de outubro do ano passado e 30 de setembro de 2008, em qualquer veículo de comunicação do Estado. Para se inscrever, o jornalista ou estudante de jornalismo deverá consultar o Regulamento e preencher a Ficha de Inscrição. Ambos estão disponíveis na página da Fapern na internet, no endereço eletrônico www.fapern.rn.gov.br Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail noticias_fapern@rn.gov.br ou pelo telefone (84) 3232 1703.

OFICINA DE LEITURA E ESCRITA - A proposta da oficina é incentivar jovens e adultos a produzir textos e a refletir sobre sua maneira de escrever. Neste sentido, a oficina desmistificará o ato da escrita, transformando-a num processo centrado na reflexão sobre o assunto, sobre a forma textual adotada, sobre o papel do leitor e sobre o encadeamento das idéias. Nova turma! Agora também às quintas-feiras! Professoras: Livia Barros e Gabriela Fonseca Coordenadora: Karen Kipnis Quintas-feiras: 02,09,16,23,30 de outubro e 06, 13, 20 e 27 de novembro Horário: 15h às 17h30 Casa das Rosas Av. Paulista, 37, Bela Vista - próximo à estação Brigadeiro do Metrô São Paulo – SP Tel.: (11) 3285-6986 ou (11) 3288-9447 www.poiesis.org.br/casadasrosas

ENCONTRO LATINO-AMERICANO DE COMUNICAÇÃO E SULTENTABILIDADE – O Instituto Envolverde sorteia 20 vagas para Encontro Latino-Americano de Comunicação e Sustentabilidade O Instituto Envolverde realiza nos dias 16, 17 e 18 de outubro, em São Paulo, o Encontro Latino-Americano de Comunicação e Sustentabilidade, evento direcionado a profissionais de comunicação de redações e de assessorias que, junto com especialistas em água, energia e Amazônia, irão debater como abordar a sustentabilidade de forma transversal em todas as pautas, dentro e fora das redações. Para que você leitor também possa participar, será realizado dois sorteios de 10 vagas gratuitas nas próximas duas semanas. Para se inscrever basta enviar um e-mail para instituto@envolverde.org.br com o título “Sorteio”, com seu nome, endereço, telefone e profissão. O primeiro sorteio acontecerá no dia 25/09 e o segundo no dia 02/10. Serão aceitas inscrições até o dia anterior a essas datas. Os vencedores serão contatados individualmente e terão seus nomes divulgados na Revista Digital Envolverde. Para mais informações e programação, acesse: http://www.envolverde.org.br

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Postado por Luiz Alberto Machado às 6:57 AM

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terça-feira, setembro 23, 2008

POESIA E LINGUAGEM

IDEOGRAMA – o livro “Ideograma: lógica, poesia e linguagem”, organizado por Haroldo de Campos, reune uma série de estudos realizados pelo organizador, Ernest Fenollosa, Sierguei Einsenstein, Chang Tung-Sun, Yu-Kuang Chu e S. I. Hayakawa, abordando temas como ideograma, anagrama, diagrama, uma leitura de Fenollosa, os caracteries da escrita chinesa como instrumento para a poesia, o principio cinematografico e o ideograma, a teoria do conhecimento de um filosofo chines e o que significa estrutura aristotélica da linguagem.

FONTE:

CAMPOS, Haroldo (Org). Ideograma: logica, poesia, linguagem. São Paulo: Cultrix/Edusp, 1977.

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Postado por Luiz Alberto Machado às 1:23 PM

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segunda-feira, setembro 22, 2008

PENSAMENTO GREGO

Imagem: Heraclitus, de Johannes Moreelse.

HERÁCLITO DE EFESO – Heráclito nasceu em Efeso, cidade da Jônia, de família que ainda conservava prerrogativas reais descendentes do fundador da cidade. Seu caráter altivo, misantrópico, e melancólico ficou proverbial em toda a antiguidade. Desprezava a plebe. Recusou-se sempre a intervir na política. Manifestou desprezo pelos antigo poetas, contra os filósofos de seu tempo e até contra a religião. Sem ter tudo mestre, ele escreveu um livro em prosa, no dialeto jônico, mas de forma tão concisa que recebeu o cognome de Skoteinós, o Obscuro. É por muitos considerado o mais eminente pensador pré-socratico por formular com vigor o problema da unidade permanente do ser diante da pluralidade e mutabilidade das coisas particulares e transitórias. Estabeleceu a existência de uma lei universal e fixa (o Lógos), regedora de todos os acontecimentos particulares e fundamento da harmonia universal, garmonia feita de tensões como a do arco e da lira.

Com Heráclito de Êfeso,a filosofia pré-socratica afirma-se na Ásia Menor. Heraclito, de raça jônica e de estirpe real, solitário desdenhoso e desprezador da azafama vulgar, mais moço do que Pitágoras, viveu entre o VI e V século, e expôs o seu sistema numa obra filosófica intitulada “Da natureza”, que existe apenas fragmentos algo extensos. A doutrina dele pode-se resumir nos princípios seguintes: 1º a essência, o elemento primordial, é o vir-a-ser, tudo se acha em perpetuo fluxo, a realidade está sujeita a um vir-a-ser continuo. O único principio estável da realidade é a lei universal do próprio devir, que Heraclito concretiza no fogo (racional) visto ser o elemento da realidade material mais adequado a representar o vir-a-ser. Unicamente a razão, que tem por objeto o universal, colhe esta lei do devir universal. 2º o vir-a-ser é antítese, luta, revezar-se de vida e de morte: a luta é regra do mundo e a guerra é a geradora e dominadora de todas as coisas. 3º este vir-a-ser e esta oposição são reconduzidos à estabilidade e à unidade pela harmonia, pela sabedoria universal, que determinam o acordo entre as oposições. A unidade do real está na lei dialética, racional, do vir-a-ser; a causa da diferenciação das coisas está no devir.

“Este mundo, que é o mesmo para todos, nenhum dos deuses ou dos homens o fez; mas foi sempre, é e será um fogo eternamente vivo, que se acende com medida e se apaga com medida” – nessa frase muitos vêem uma das chaves para a decifração do pensamento de Heráclito. A apresentaçãoa forismática de seu pensamento e o estilo intencionalmente sibilino fazem dele um dos pensadora de mais difícil interpretação. Natural, portanto, que a história da filosofia apresente uma sucessão de verdades de seu pensamento dependentes sempre da perspectiva assumida pelo próprio interprete. Para a solução do problema heraclitiano dois pontos parecem oferecer as bases mais seguras. A primeira, o confronto das proposições dele com seu contexto cultural, o que o próprio filosofo parece indicar, na medida em que se apresenta como critico implacável de idéias e personagens de sua época ou da tradição cultural grega. A segunda, o estilo dele a revelar um uso peculiar da linguagem. Se há aforismos dele que não manifestam obscuridade são justamente os de cunho critico. Aristocrata, ele não afirma apenas que um só é dez mil para mim, se é melhor, como também faz acerbas acusações à mentalidade vulgar desses homens que não sabem o que fazem quando estão despertos, do mesmo modo que esquecem o que fazem durante o sono. A religiosidade popular é também vergastada: “Os mistérios praticados entre os homens são mistérios profanos”. E explica: “É em vão que eles se purificam sujando-se de sangue, como um homem que tivesse andado na lama e quisesse lavar os pés na lama”. Mas nem alguns dos nomes mais referenciados na época são poupados: “O fato de aprender muitas coisas não instrui a inteligência; do contrário teria instruído Hesiodo e Pitagoras, do mesmo modo que Xenofanes e Hecateu”. Noutro aforismo Pitágoras é acusado de possuir uma polimatia, conhecimento de muitas coisas que não passava de uma arte de maldade, enquanto Hesiodo, o mestre da maioria dos homens, os homens pensam que ele sabia muitas coisas, ele que não conhecia o dia ou a noite. Nem Homero escapa: “Homero errou em dizer? Possa a discórdia de extinguir entre os deuses e os homens”. Ele não via que suplicava pela destruição d universo; porque, se sua prece fosse atendida, todas as coisas pereceriam”. Em meio a tantas criticas, Heraclito abre, entretanto, uma exceção: para a Sibila, que com seus lábios delirantes diz coisas sem alegria, sem ornatos e sem perfume, mas que atinge com sua voz para além de mil anos, graças ao deus que está nela. Percebe-se, dessa maneira, que a adoção do estilo oracular é intencional nele, que encontra a via adequada – indireta, sugestiva – para comunicar seu pensamento: “O mestre a que pertence o oráculo de Delfos não exprime nem oculta seu pensamento, mas o faz ver através de um sinal”. O exemplo do deus de Delfos e da Sibila parece mostrar a ele a diferença que separa as palavras do pensamento (logos), a mesma que distancia a inteligência privada – o sono em que está imersa a mentalidade vulgar – da inteligência comum, a vigília daquele que se eleva acima dos muitos conhecimentos e reconhece que todas as coisas são um.

O que diz o Logos, do qual Heráclito se faz enunciador e em nome do qual condena o torpor da multidão ou a polimatia dos supostos sábios, é isto: a unidade fundamental de todas as coisas. Essa é a natureza que gosta de se ocultar. Mas a noção de unidade fundamental, subjacente à multiplicidade aparente, já estava expressa pelo menos desde Anaximandro de Mileto. A Heraclito – e que lhe permite julgar tão duramente seus antecessores e contemporâneos – está, na verdade, em considerar aquela unidade de tensões opostas. Esta teria sido, sua grande descoberta: existe uma harmonia oculta das forças opostas, como a do arco e a da lira. A razão (logos) consistiria precisamente na unidade profunda que as oposições aparentes ocultam e sugerem: Os contrários, em todos os níveis da realidade, seriam aspectos inerentes a essa unidade. Não se trata, pois, de que o Um ao Multiplo, como Xenofanes e o eleatismo: o Um penetra o Multiplo e a multiplicidade é apenas uma forma da unidade, ou melhor, a própria unidade. Daí a insuficiência do uso corrente das palavras: somente o logos (razão-discurso) do filosofo consegue apreender e formular – não ao ouvido mas ao espírito, não diretamente mas por via de sugestões sibilinas – aquela simultaneidade do múltiplo (mostrado pelos sentidos) e da unidade fundamental descortinada pela inteligência desperta em vigília. Proclama Heráclito: “É sábio escutar não a mim, mas a meu discurso (logos), e confessar que todas as coisas são Um”. O Logos seria a unidade nas mudanças e nas tensões, a reger todos os planos da realidade: o fisico, o biológico, o psicológico, o político, o moral. É a unidade nas transformações: “Deus é dia-noite, inverno-verão, guerra-paz, superabundância-fome; mas ele assume formas variadas, do mesmo modo que o fogo, quando misturado a aromatas, é denominado segundo os perfumes de cada um deles. Por isso Homero errara em pedir que cessasse a discórdia entre os deus e os homens: “O que varia está de acordo comigo mesmo”. A harmonia não é aquela que Pitágoras propunha, de supremacia do Um, nem a verdadeira justiça é a que Anaximandro havia concebido, ou seja, a extinção dos confins e das tensões através da compensação dos excessos de cada qualidade-substancia em relação a seu oposto. A justiça não significa apaziguamento. Pelo contrário: “O conflito é o pai de todas as coisas: de alguns faz homens; de alguns, escravos; de alguns, homens livres. Mas ver a realidade como fundamentalmente uma tensão de opostos não significa necessariamente optar pela guerra, no plano político; guerra, neste ultimo sentido, é apenas um dos pólos de uma tensão permanente. E essa tensão, que constitui a verdadeira harmonia, necessita, para perdurar, de ambos os opostos. Numa serie de aforismos, Heraclito enfatiza o caráter mutável da realidade, repetindo uma tese que já surgira nos mitos arcaicos e, com dimensão filosófica, desde os milesianos. Mas nele a noção de fluxo universal torna-se um mote insistenetemente glosado: “Tu não podes descer duas vezes no mesmo rio, porque novas águas correm sempre sobre ti”. O imperio do Logos em sua feição física aparece então como as transformações do fogo, que são em primeiro lugar, mar; e a metade do mar e terra e a outra metade vento turbilhonante. O logos-fogo exerce uma função de racionalização nas trocas substanciais análoga à que a moeda vinha desempenhando na Grecia desde o séc. VII: “Todas as coisas são trocadas em fogo e o fogo se troca em todas as coisas, como as mercadorias se trocam por ouro e o ouro é trocado por mercadorias”. Todavia, as transformações que integram o fluxo universal não significam desgoverno e desordem; pelo contrário, o Logos-Fogo é também Razão universal e, por isso, impôs medidas ao fluxo: “Este mundo (...) foi sempre, é e será sempre um fogo eternamente vivo, que se acende com medida e se apaga com medida”. A regularidade e a medida são garantidas pela simultaneidade dos dois caminhos de transformação que compõem o fluxo universal: é ao mesmo tempo que ocorre a troca do fogo em todas as coisas, de todas as coisas em fogo, pois “o caminho para o alto e o caminho para baixo são um mesmo”. Isso permite então afirmar: “(...) e a metade do mar é terra, a metade vento turbilhonante”. Assim, o que garante a tensão intrínseca às coisas é aquilo mesmo que as sustenta: a medida imposta pelo Logos, essa harmonia oculta que vale mais que harmonia aberta. A consciência da fugacidade das coisas gera uma nota de pessimismo que atravessa o pensamento de Heráclito: “O homem é acendido e apagado como uma luz no meio da noite!. Mas o pessimismo advem, sobretudo, de reconhecer o torpor em que vive a maioria dos homens, ignorantes da lei universal que tudo rege. Por isso o discurso (logos) do filosofo, embora pretendendo ser a manifestação da razão universal (logos), exprime-se como um solitario mono-logos acima dos homens comuns, “esses loucos que quando ouvem são como surdos”.

FONTES:

ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1994.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Atica, 2002.

MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

PADOVANI, Umberto; CASTAGNOLA, Luis. Historia da Filosofia. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

PESSANHA, José Américo Motta (Org). Os pré-socraticos. São Paulo: Abril, 1978.

SOUZA, José Cavalcante. Os pré-socrático. São Paulo: Abril, 1978.

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O PENSAMENTO GREGO

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sexta-feira, setembro 19, 2008

DEBATE: HUSSERL & A FENOMENOLOGIA

HUSSERL & A FENOMENOLOGIA

Luiz Alberto Machado

O filósofo e matemático alemão Edmundo Husserl ( Gustav Albrecht Edmund Husserl - 1859-1938) foi o fundador da fenomenologia. Ele estudou nas universidades de Leipzig, de Berlim e de Viena, iniciando a carreira de professor em 1883, abandonando o posteriormente e se dedicando a escrever seus ensaios. Quando ele morreu em 1938, em Freiburg, deixou uma vasta gama de ensaios que foram posteriormente reunidos como Arquivos Husserl.

Em sua obra Investigações Lógicas (1900-1901) foi onde ele definiu sua filosofia como a análise da experiência que está por trás de todo o pensamento formal. É nela onde aparecem os primeiros sinais do método fenomenológico que se envolveu com as questões clássicas da filosofia desde Descartes, quando Husserl travou uma discussão da obra do filósofo francês: Meditações Cartesianas. A partir disso, a fenomenologia passa a servir de fonte para vários filósofos, em especial aos ligados ao existencialismo, chegando-se, inclusive, a se falar de uma sociologia, uma psicologia e uma teoria literária fenomenológicas. Isto porque o método voltou-se principalmente para as artes, nas quais proporciona um novo modo de consideração das obras artísticas. Depois, lança as bases sólidas da teoria da fenomenologia.

A partir de uma revisão na literatura, há que se entender, antes porem, que a Fenomenologia é uma corrente iniciada por Husserl ao pretender o estabelecimento de um método de fundamentação da filosofia e da ciência, baseada no conceito de fenômeno, ou seja, aquilo que é percebido pela consciência, no sentido de proceder a investigação da vida perceptiva, defendendo que a percepção tona possível a consciência dos objetos do mundo, como o juízo, a memória e os atos subjetivos. Estes, segundo ele, podem ser submetidos ao exame pela faculdade superior da consciência, entendia pelo autor como o eu transcendental, que é responsável pela síntese que torna possível a apreensão de objetos.

Muitas transformações ocorreram no pensamento fenomenológico até chegar em reorganizações conceituais que redundaram na formulação programática feita por Husserl no começo do século XX, quando a fenomenologia tornou-se mundialmente bem–aceita e tem influenciado discussões teóricas até hoje; ela introduziu uma forma prática no domínio teórico da filosofia, assim como no campo das ciências humanas e naturais.

A partir das investigações lógicas de Husserl ficou estabelecido por ele que a investigação deve ater-se ao modo como as coisas aparecem ao homem, como ele unifica a multiplicidade de aparições e como projeta significações sobre os objetos percebidos.

Para o fenomenólogo, não existe a consciência pura, mas sempre a "consciência de alguma coisa". Esse conceito, fundamental para a fenomenologia, é chamado de intencionalidade. Além disso, a atenção dispensada ao olhar, à percepção, à imaginação, às coisas e ao outro faz o método fenomenológico ir além das fronteiras da filosofia.

A fenomenologia faz uso de uma série de instrumentos metodológicos próprios que possibilitam a análise criteriosa dos fenômenos. Um deles é a redução, dividida nas seguintes modalidades: a epoché, a redução eidética e a redução trancendental. O termo epoché vem do grego e significa estado de dúvida. Consiste na suspensão do juízo a respeito de qualquer opinião; com o propósito de buscar unicamente os fatos, "pomos fora de ação a tese geral própria da atitude natural e pomos entre parênteses tudo o que ela compreende". Para ilustrar o método referido, tomemos o exemplo de como uma cor é percebida: a experiência pessoal da cor é o fenômeno puro, que se atinge mantendo-se em suspensão os dados científicos a respeito da composição da cor e os dados advindos da comparação com outras cores.

A partir da leitura de Marilena Chauí, observa-se que a atitude natural, segundo Russerl, compreende a aceitação do mundo em que vivemos, formado de coisas, bens, valores, ideais, pessoas, conforme ele nos é dado.A fenomenologia pretende se desvencilhar dassa atitude natural, por meio de um questionamento radical sobre o modo de existência do mundo, que consistiria no ponto inicial da pesquisa filosófica. A redução eidética analisa a apresentação do objeto a nossa á nossa (representação) de forma pura, prescindindo da existência do sujeito que conhece, assim como do objeto conhecido. Trata-se da forma do objeto no espírito, ou seja, trata- se de analisar a representação sem levar em conta o âmbito psicológico.Tomando como exemplo uma planta, podemos afirmar que, levando a cabo tal redução, os seus componentes básicos seriam a cor, as formas que a compõe e a textura.

Na redução transcendental, o fenomenologista considera apenas o que foi imediatamente apresentado á consciência; todos os outros elementos, Husserl sugere que sejam excluídos do julgamento.Retomando o exemplo da cor : uma página impressa em verde é apenas verde, não é feita da mistura de amarelo e azul, que é um dado cientifico. O interessante de Husserl está na cor como fenômeno pessoal e subjetivo, que depende de fatores complexos, como as diferenças de concepção dos sentidos.

O que é mais relevante para os defensores da fenomenologia é aquilo que pode ser experimentado pelos sentidos. Depois de realizada a redução, o que resiste é o individuo efetivamente sabe e passa a conhecer, transcendendo os dados científicos: é o que se designa resíduo fenomenológico.

Vê-se, portanto, que Husserl contribui para a filosofia com a formulação rigorosa e estruturada de um método fenomenológico, que propõe estudar o objeto do conhecimento de forma livre e pura, para alcançar a sua essência. Em outras palavras, a fenomenologia procura tratar do que é dado imediatamente como conteúdo conhecido, sem abordar as possíveis implicações e desdobramentos, que pertencem a uma construção posterior do saber. Assim, no processo de conhecimento, ou seja, na relação que se estabelece entre o sujeito e o objeto, Husserl distingue os seguintes elementos fundamentais : a noésys ("forma"), a h ‘yle ("matéria") e o nóema ("conceito"). A noésys consiste no pensamento considerado um evento psíquico individual; é o conteúdo subjetivo do pensamento que confere sentido ao objetivo conhecido.A h’ yle trata do dado sensível, do contato físico com o objeto, que em si mesmo não comporta nenhum significado, a não ser quando alcançado pela noésys.Por fim, temos o nóema ,totalmente distinto do objeto físico.

É com isso que Husserl faz uma distinção entre o pensamento como um evento psíquico individual ( noese,ou faculdade do pensar ou inteligência ) e o pensamento como conteúdo ( noema, ou pensamento, intenção).Na operação 2 + 2 = 4 existe uma atividade de natureza psíquica, ao mesmo tempo que há um conteúdo pensado, que se expressa no conteúdo de sentido ideal independentemente do sujeito pensante.Esse segundo sentido revela que a estrutura da consciência é intencional e conduz o sujeito na direção do objeto pensado.

O filosofo distinguiu a essência, entendida como a parcela ideal de significação do objeto, dos aspectos que constituem a nossa experiência, ou seja, do que designou como conteúdo objetivo do pensamento.Portanto, no seu método de análise do fenômeno, a essência é a sua dimensão mais relevante.

Segundo Husserl, existe uma intuição da essência, que é o ato ideador , uma espécie de apreensão imediata da essência juntamente com o fenômeno ; desse modo, conheceríamos o fato e sua essência, simultaneamente. O conhecimento ocorreria por semelhanças, que é própria da essência e não da existência; para Husserl, pensar é, antes de tudo pensar na essência. O passo seguinte a redução é a análise cognitiva, que consiste na comparação detalhada entre fenômeno, tal como é apresentado á consciência, é a universal do fenômeno. A fenomenologia busca conciliar aquilo que experimentamos com aquilo que supomos saber teoricamente. Há aqui implícita uma diferenciação entre o fenômeno experimentado e o fenômeno apreendido, que Husserl compara com a relação entre a aparência e aquilo que aparenta. Recorrendo mais uma vez ao exemplo da cor com o reconhecimento científico que temos sobre ela.

De acordo com Husserl, através da redução, cada sujeito pode tornar-se observador de si mesmo, consciente de si.Assim adquirimos conhecimento e podemos aprender sobre nós mesmos e sobre a nossa volta.Pressupomos a existência de outras pessoas com a mesma capacidade para conhecer, mas é impossível provar que, de fato, elas estejam conscientes de si.Não observamos os pensamentos alheios, vemos apenas as ações do comportamento dos outros.É o que denominamos observação da "coisa" enquanto fenômeno.

Assim, da mesma maneira que aprendemos sobre o mundo observando fenômenos externos, aprendemos sobre nós mesmos por meio dos outros. A única forma de observarmos os resultados de nossas emoções e pensamentos é através das respostas das outras pessoas. É a vida no mundo, que Husserl denominou Lebenweslt, e que nos permite ver e experimentar sem as limitações impostas pelas fórmulas e equações do conhecimento científico. Uma coisa é saber que a água é formada por átomos de oxigênio e de hidrogênio, outra bem diferente é ver, sentir, sorver a água. A análise cognitiva nos permite conciliar o conhecimento científico e a observação ; entretanto, só realizamos essa análise quando nos é solicitado, não se trata de um processo involuntário.

O filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) utilizou a fenomenologia em sua maior obra, Ser e Tempo (1927), para estudar a essência do ser, a temporalidade e o sujeito sempre em um contexto.

Os filósofos franceses Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) usaram o método para o estudo das estruturas da percepção, da consciência e da imaginação.

Para Marilena Chauí, o filosofo privilegia a consciência reflexiva ou o sujeito do conhecimento, isto é, afirma que as essências descritas pela Filosofia são produzidas ou constituídas pela consciência, enquanto um poder para dar significação à realidade.

FONTE:

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2002.

CRITELLI, D. M. Analítica do sentido: uma aproximação e interpretação do real de orientação fenomenológica. São Paulo: EDUC Brasiliense, 1996.

GILES, Thomas Ranson. História do Existencialismo e da Fenomenologia. São Paulo: EPU, 1989.

HUSSERL, Edmund. Investigações lógicas – sexta investigação – elemntos de uma elucidação fenomenológica do conhecimento. São Paulo: Abril, 1980.

_____. A Ideia da Fenomenologia. Lisboa: Edições 70, 1986.

Lyotard, J.-F.. A fenomenologia. Lisboa: Edições 70, 1986.

MARTINS, Joel e DICHTCHEKENIAN, Maria Fernanda S.F. Beirão. (Orgs.) Temas Fundamentais de Fenomenologia. São Paulo: Moares, 1984.

MERLEAU-PONTY, M.. Ciências do homem e fenomenologia. São Paulo: Saraiva, 1973.

SALANSKIS, Jean-Michel. Husserl. São Paulo: Estação Liberdade, 2006.

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quinta-feira, setembro 18, 2008

SOCIOLOGIA

SOCIOLOGIA CRITICA – Pedrinho Alcides Guareschi é professor e pesquisador CNPq do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUC-RS. É formado em Filosofia, Teologia, Letras; pós-graduado em Sociologia. Mestre e Doutor (Ph.D) em Psicologia Social e Comunicação na Universidade de Wisconsin, EE.UU. Dois pós-doutorados, na Universidade de Wisconsin (1991) e na Universidade de Cambridge, Inglaterra (2002), sobre temas ligados à comunicação. Escreveu dez livros como único autor e 15 em co-autoria. Ele, ainda, é Sacerdote redentorista.Entre os seus livros, consta “Sociologia crítica: alternativas de mudança”, onde aborda questões como teoria e ciência, ideologia, sociedade: sistema ou modo de produção, a teoria do modo de produção, capitalismo, socialismo, comunismo, classe social, infra-estrutura e superestrutura e suas relações, os aparelhos de reprodução da sociedade. O aparelho ideológico do direito, da escola, da família, das igrejas, dos sindicatos, das cooperativas e da comunicação, os meios de comunicação e o massacre da cultura, as noticias como belas mentiras, propaganda e publicidade, atenção para os comerciais, a comunicação alternativa e a força da utopia.

FONTE:

GUARESCHI, Pedrinho Alcides. Sociologia crítica: alternativas de mudança. Porto Alegre: Mundo Jovem, 1984.

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quarta-feira, setembro 17, 2008

LINGÜÍSTICA & POÉTICA

LINGÜÍSTICA E POÉTICA – O livro “Lingüística e poética” de Daniel Delas e Jacques Filliolet, aborda as aproximações retóricas desde a antiga e clássica até a lingüística, as aproximações intersubjetivas, estrutural e estilística, língua e fala, teoria lingüística e teoria do sujeito, mensagem poética e informação, a função poética, as realidades lingüísticas da mensagem poética, materiais para a descodificação sintática, semântica e prosódica, a poesia musical, poesia visual, marcas extensas e modelo métrico, espaço textual, espacialização, ideografia, percepção poética, seleção e integração, marcas internas de poeticidade, estrutura concreta e abstrata, percepção, integraão e lugares, gramática e comunicação.

FONTE:

DELAS, Daniel; FILLIOLET, Jacques. São Paulo: Cultrix/Edusp, 1973.

SEMINÁRIOS – Seminário PNC - O seminário para discutir o caderno de diretrizes gerais do Plano Nacional de Cultura, marcado para acontecer esta semana em João Pessoa, foi adiado para os dias 25, 26 e 27, devido a ajustes na agenda da equipe do MinC. A Subsecretaria de Cultura do Estado da Paraíba continua recebendo inscrições até o dia 23, no Casarão dos Azulejos (Praça Dom Adauto). O encontro vai reunir gestores culturais da área governamental e da iniciativa privada, artistas e representantes da sociedade civil, para avaliação e aperfeiçoamento do texto que irá subsidiar a votação do Projeto de Lei do PNC no Congresso Nacional. Inscrições e outras informações: (83) 3218.4197, www.cultura.gov.br/pnc/. + 5º Seminário Pesquisa sobre Teatro de Formas Animadas Tema: O Teatro de Formas Animadas e Suas Relações com as Outras Artes Data: 09, 10 e 11 de outubro de 2008. Local: Teatro da SCAR – Jaraguá do Sul Promoção: Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e Sociedade Cultura Artística de Jaraguá do Sul – SCAR. Coordenação: Valmor Níni Beltrame - ninibel@terra.com.br Gilmar Moretti – gilmoretti@terra.com.br As inscrições são gratuitas e podem ser efetuadas com: anapaulapavanello@yahoo.com.br

PALESTRA - Seminário Internacional Do Atlântico ao Pacífico, intitulada Diferença colonial e modernidade, a ser proferida pelo Prof. Naoki Sakai, às 19h. do dia 17 de setembro (próxima quarta-feira), no Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Naoki Sakai é Professor do Departamento de Estudos Asiáticos da Universidade de Cornell (EUA), autor de vários livros, entre eles, Translation and Subjectivity e editor da revista Traces. Para conhecer um pouco mais das idéias do prof. Naoki Sakai, há uma entrevista dele realizada por Pedro Erber para o jornal Folha de São Paulo em 2004 em http://www.canalcontemporaneo.art.br/blog/archives/2004_08.html. O programa completo do seminário pode ser encontrado em nosso site www.forum.ufrj.br. Beatriz Resende, Coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. Micael Herschmann, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da ECO/UFRJ Denilson Lopes,

Superintendente de Difusão Cultural do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

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PRÊMIO NASCENTE DE POESIA

Postado por Luiz Alberto Machado às 7:48 AM

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terça-feira, setembro 16, 2008

LITERATURA BRASILEIRA

OLIVEIROS LITRENTO – o escritor alagoano e advogado doutorado em Direito pela UFPE, Oliveiros Litrento, foi tenente-coronel professor de Direito Constitucional Penal Militar e Internacional Público na Aman, na UFRJ e na Gama Filho, premiado pela Academia Brasileira de Letras pela sua obra Apresentação da Literatura Brasileira. Esta sua obra trata as coordenadas da literatura brasileira, desde a herança etnográfica e o meio como elementos circunstanciais do estilo operando sobre o fator básico do tempo, as origens da literatura brasileira, a Renascença e o Barro na literatura colonial, o Neoclassicismo e o Arcadismo, Romantismo e independência literária, antecedentes pré-modernistas e o Modernismo, o Neomodernismo e as ramificações contemporâneas.

FONTE:

LITRENTO, Oliveiros. Apresentação da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Forense/Universitária, 1978.

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Postado por Luiz Alberto Machado às 7:10 AM

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segunda-feira, setembro 15, 2008

O PENSAMENTO GREGO

PITÁGORAS – o filosofo pré-socratico Pitágoras foi o fundador da escola pitagórica. Ele nasceu em Samos pelos anos 571-32 e fundou na colônia grega Crotona, na Italia, Magna Grécia, uma associação cientifico-ético-politica, que foi o centro de irradiação da escola e encontrou partidários entre os gregos da Italia meridional e da Sicilia. Pitágoras aspirava a fazer com que a educação ética da escola se ampliasse e se tornasse reforma política. Isto, porém, levantou oposições contra ele e foi constrangido a deixar Crotona, mudando-se para Metaponto, ai morrendo provavelmente em 497-96 a. C. Segundo o pitagorismo, a essência, o principio essencial de que são compotas todas as coisas, é o número, ou seja, as relações matemáticas. Os pitagoricos, não distinguindo ainda bem forma, lei e matéria, substancias das coisas, consideraram o numero como sendo a união de um e outro elemento. Da racional concepção de que tudo é regulado segundo relações numéricas, passa-se à visão fantástica de que o numero seja a essência das coisas. Mas, achada a substancia uma e imutável das coisas, os pitagoricos se acham em dificuldades para explicar a multiplicidade e o vir-a-ser, precisamente mediante o uno e o imutável. E julgam poder explicar a variedade do mundo mediante o concurso dos opostos, que são o ilimitado e o limitado, ou seja, o par e o impar, o imperfeito e o perfeito. O numero divide-se em par, que não põe limites à divisão por dois, e, por conseguinte, é ilimitado. Quer dizer, imperfeito, segundo a concepção grega, a qual via a perfeição na determinação. E impar, que põe limites à divisão por dois e, portanto, é limitado, determinado, perfeito. Os elementos constitutivos de cada coisa – sendo cada coisa número – são o par e o impar, o ilimitado e o limitado, o pior e o melhor. Radical oposição esta, que explicaria o vir-a-ser e o multíplice, que seriam reconduzidos à concordância e à unidade pela fundamental harmonia matemática, que governa e deve governar o mundo material e moral, astronômico e sonoro. Como a filosofia da natureza, assim a astronomia pitagorica representa um progresso sobre a jônica. De fato, os pitagoricos afirmaram a esfericidade da terra e dos demais corpos celestes, bem como a rotação da terra, explicando assim o dia e a noite. E afirmaram também a revolução dos corpos celestes em torno de um foco central que não se deve confundir com o sol. Pelo que diz respeito à moral, enfim, dominam no pitagorismo o conceito de harmonia, logicamente conexo com a filosofia pitagorica, e as praticas ascéticas e abstinenciais, com relação à metempsicose e à reencarnação das almas.

Mediante o exposto há que se considerar que durante o século VI a.C., verificou-se em certas regiões do mundo grego, uma revivescência da vida religiosa, para qual contribuiu, inclusive, a linha política adotada em geral pelos tiranos: para enfraquecer a antiga aristocracia, que supunha descendente dos deuses protetores da polis, das divindades oficiais, os tiranos favoreciam a expansão de cultos populares ou estrangeiros. Dentre as religiões de mistérios, de caráter iniciatico, uma teve então enorme difusão: o culto de Dioniso, originário da Trácia, e que passou a constituir o núcleo da religiosidade orfica. O orfismo – de Orfeu, que primeiro teria recebido a revelação de certos mistérios e que os teria confiado a iniciados, sob a forma de poemas musicais – era uma religião essencialmente esotérica. Os órficos acreditavam na imortalidade da alma e na metempsicose, ou seja, a transmigração das almas através de vários corpos, a fim de efetivar a purificação. A alma aspiraria, por sua própria natureza, a retornar à sua pátria celeste, às estrelas, mas para se libertar do ciclo das reencarnações, o homem necessitava da ajuda de Dioniso, deus libertador que completava a libertação preparada pelas práticas catárticas. Pitagoras de Samos, que se tornou figura legendária já na própria antiguidade, realizou uma modificação fundamental na religiosa órfica, transformando o sentido da via de salvação: no lugar de Dioniso ele colocou a matemática.

Fundando uma confraria científico-religiosa, Pitágoras criou um sistema global de doutrinas, cuja finalidade era a de descobrir a hormania que preside à constituição do cosmos e traçar, de acordo com ela, as regras da vida individual e do governo das cidades. Partindo de idéias órficas, o pitagorismo pressupunha uma identidade fundamental, de natureza divina, entre todos os seres. Essa similitude profunda entre os vários existentes era sentida pelo homem sob a forma de um acordo com a natureza, que, sobretudo, depois do pitagorico Filolau, será qualificada como uma harmonia, garantida pela presença do divino em tudo. Natural que, dentro de tal concepção, o mal seja sempre entendido como desarmonia. A grande novidade introduzida, certamente pelo próprio Pitágoras, na religiosidade órfica foi a transformação do processo de libertação da alma num esforço inteiramente subjetivo e puramente humano. A purificação resultaria do trabalho intelectual, que descobre a estrutura numérica das coisas e torna, assim, a alma semelhante ao cosmo, em harmonia, proporção, beleza. Pitágoras teria chegado à concepção de que toda as coisas são números através, inclusive, de uma observação do campo musical: verifica no monocórdio que o som produzido varia de acordo com a extensão da corda sonora. Ou seja, descobre que há uma dependência do som em ração à extensão, da música tão importante como propiciadora de vivências religiosas extáticas em relação à matemática. Pitágoras concebe a extensão como descontinua: constituída por unidades indivisíveis e separadas por um intervalo. Segundo a cosmologia pitagorica, essa intervalo seria resultante da respiração do universo que, vivo, inalaria o ar infinito (pneuma apeíron) em que estaria imerso. Mínimo de extensão e mínimo de corpo, as unidades comporiam os números. Os números não seria, portanto, meros símbolos a exprimir o valor das grandezas. Para os pitagoricos, eles são reais, são a própria alma das coisas, são entidades corpóreas constituídas pelas unidades contiguas. Assim, quando os pitagoricos falam que as coisas imitam os números, estariam entendendo essa imitação, mimesis, num sentido perfeitamente realista: as coisas manifestariam externamente a estrutura numérica que lhe é inerente. Os pitagoricos adotaram uma representação figurada dos números, que permitia explicitar sua lei de composição. Os primeiros números, representados dessa forma, bastavam para justificar o que há de essencial no universo: o um é o ponto, mínimo corpo, unidade de extensão; o dois determina a linha; o três gera a superfície, enquanto o quadro produz o volume. Utilizando essa versão puramente geométrica do gnomon introduzido na Grécia por Anaximandro, versão que o transforma esquematicamente em esquadro, os pitagoricos investigam as diferentes series numeras. E verificam que o crescimento gnomonico da serie dos números pares determina sempre uma figura oblonga retangular, enquanto a série dos números cresce como um quadrado, ou seja, como um quadrilátero que conserva seus lados sempre iguais, embora aumente de tamanho. Assim, o numero par pode ser visto como a expressão aritmo-geométrica da alteridade, enquanto o impar seria a própria manifestação básica na matemática, da identidade. A partir desses fundamentos matemáticos, os pitagoricos podem então conceber todo o universo como um campo em que se contrapõem o mesmo e o outro. E podem estabelecer, para os diferentes níveis da realidade, a tábua de opostos que manifestam aquela oposição fundamental: 1 – finito e infinito; 2 – impar e par; 3 – unidade e multiplicidade; 4 – à direita e à esquerda; 5 – macho e fêmea; 6 – repouso e movimento; 7 – reto e curvo; 8 – luz e obscuridade; 9 – bem e mal; 10 – quadrado e redondo. Assim, categorias biológicas (macho/fêmea), oposições cosmológicas (à direita/ à esquerda – relativas ao movimento das estrelas fixas e ao dos astros errantes), éticas (bem/mal), etc, seriam, na verdade, variações da oposição fundamental que determinaria a própria existência das unidades numéricas: a oposição do limite (peras) e do ilimitado (apeíron).

A primitiva concepção pitagorica de numero apresentava limitações que logo exigiram dos próprios membros tentativas de reformulações. O principal impasse enfrentado por essa aritmo-geometria baseada em números inteiros foi a relativa aos irracionais. Tanto na relação entre valores musicais, expressos matematicamente, quanto na base mesma da matemática surgem grandezas inexprimíveis naquela concepção de numero. Assim, a relação entre o lado e a diagonal do quadrado, que é a da hipotenusa do triangulo retângulo isósceles com o cateto, tornava-se irracional: aquelas linhas não apresenta, razão comum, o que se evidencia pelo aparecimento, na tradução aritmética da relação entre elas, de valores sem possibilidade de determinação exaustiva. O escândalo dos irracionais manifestava-se no próprio teorema de Pitágoras, o quadrado construído sobre a hipotenusa é igual à soma dos quadrados construídos sobre os catetos: desde que se atribuísse valor 1 ao cateto de um triangulo isósceles, a hipotenusa seria igual a raiz quadra de 2. Ou, então, quando se pressupunha que os valores correspondentes à hipotenusa e aos catetos eram números primos entre si, acabava-se por se concluir pelo absurdo de que um deles não era nem par nem impar. Apesar desses impasses o pensamento pitagorico evoluiu o expandiu-se, influenciando praticamente todo o desenvolvimento da ciência e da filosofia gregas. Em parte a difusão do pitagorismo deveu-se à própria destruição do núcleo primitivo de Crotona. Os pitagoricos se dispersaram e passam a atuar amplamente no mundo helênico, levando a todos os setores da cultura o ideal da salvação do homem e da polis através da proporção e da medida.

FONTES:

ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1994.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Atica, 2002.

MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

PADOVANI, Umberto; CASTAGNOLA, Luis. Historia da Filosofia. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

PESSANHA, José Américo Motta (Org). Os pré-socraticos. São Paulo: Abril, 1978.

SOUZA, José Cavalcante. Os pré-socrático. São Paulo: Abril, 1978.

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sexta-feira, setembro 12, 2008

DIA DO CONSUMIDOR

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Luiz Alberto Machado

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FONTES:

ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1994.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Atica, 2002.

MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

PADOVANI, Umberto; CASTAGNOLA, Luis. Historia da Filosofia. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

PESSANHA, José Américo Motta (Org). Os pré-socraticos. São Paulo: Abril, 1978.

SOUZA, José Cavalcante. Os pré-socrático. São Paulo: Abril, 1978.

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