Ao Mundo Contemporâneo

Velocidade, é isso que importa. Distâncias que levavam dias a serem percorridas hoje são percorridas em questão de horas. Antes as pessoas tinham muito mais tempo para ver as árvores, as nuvens, as estrelas, as colinas e os vales pelo caminho, mas agora o que importa é chegar lá o mais rápido possível. Que grande erro estamos cometendo! Dando mais valor ao destino do que daquilo que passamos para atingi-lo.

O tempo sempre existiu, sempre foi o movimento que dava vida as coisas, já o dinheiro é uma recente invenção humana, para dar um valor específico às coisas, mas o dinheiro em si não tem valor, ele apenas representa algum valor, e a humanidade deu um jeito de transformar tempo em dinheiro. E a evolução deixou de ser um processo natural, não mais evoluimos pela tendência de evoluir, mas para tentar economizar tempo, porque isso da dinheiro. No fundo não evoluimos para melhorarmos, e sim para termos mais dinheiro, estamos trocando o valor real por um valor inventado.

O mundo está caindo em ganância, a evolução tecnológica esta trazendo um retorocesso espiritual. Não damos mais valor ao que é belo, não há mais grandes artistas, não há mais a necessidade de filosofia, da literatura, não precisamos de alimento espiritual, é tolice sair na chuva para se molhar, tolice acordar cedo para ver o sol nascer ou conversar com estranhos na rua, apenas precisamos ganhar dinheiro, e de alguma forma de ópio para não termos que conviver com aquilo que nos tornamos.

Para que tanta pressa? No final, há a morte, nada mais, e se apressar significa correr mais depressa para a própria morte. Não digo que devemos temer a morte, mas devemos aproveitar o que a vida tem a oferecer e não a ilusão que criamos a cerca dela. Criamos espectativas para nos frustarmos, estabelecemos metas para nunca conseguirmos aquilo que nos queremos, ao inves de seguir o fluxo do vento e encontrar nosso próprio destino, não devemos deixar que a sociedade diga quem devemos ser, essa é uma estrada individual.

E no final, o que possuimos não importa, mas sim aquilo que nos tornamos, o espírito deve sempre evoluir, e o espírito não se prende a nada. Criaturas tem valor e Coisas tem preço. Coisas são estáticas, são mortas e não tem iniciativa, pessoas tem um espírito a evoluir, uma busca pelo equilíbrio, coisas a serem feitas antes que a morte nos leve.