Perdida no Circo
Decidi ser gente. Faz tempo.
Queria fazer tudo correto, conforme as regras.
Optei por respeitar as leis, pagar meus tributos, zelar pelo patrimônio público.
Aprendi o hino nacional, história do Brasil, significado da bandeira.
Cumprimentei todo mundo, esperei meu lugar na fila, não estacionei em lugar proibido.
Aprendi que os mais velhos têm prioridade, que os mais fracos devem ser defendidos.
Estudei a constituição federal, não joguei lixo no chão, tentei dar bons exemplos para os meus filhos.
Li os grandes clássicos da literatura nacional, aprendi as capitais, nunca soneguei e nem enganei o leão.
Estudei em escola pública, pedi ajuda para a polícia sempre que precisei e defendi com unhas e dentes alguma coisa chamada nação.
Não daria para ser decente se fosse o contrário.
E eu, se me lembro bem, decidi ser gente. Decente.
Mas confesso que estou um pouco desconfiada de que há algo errado. Até me disseram que sou minoria.
Comecei a ter sonhos onde gente honesta é punida e onde bandido ocupa cargo público, faz discurso de mentiras e é tratado como herói.
Ainda bem que são só sonhos... Ufa!
Ainda bem que sou minoria.
Quem sabe criam uma lei para mim e eu ganho algum cargo criado por alguma cota em algum lugar que ninguém sabe para o que serve.
Só que aí... vou ter que mudar minha decisão.
No meu dicionário, decência não tem nada a ver com conveniência.
Decidi ser gente. Faz tempo.
Queria fazer tudo correto, conforme as regras.
Optei por respeitar as leis, pagar meus tributos, zelar pelo patrimônio público.
Aprendi o hino nacional, história do Brasil, significado da bandeira.
Cumprimentei todo mundo, esperei meu lugar na fila, não estacionei em lugar proibido.
Aprendi que os mais velhos têm prioridade, que os mais fracos devem ser defendidos.
Estudei a constituição federal, não joguei lixo no chão, tentei dar bons exemplos para os meus filhos.
Li os grandes clássicos da literatura nacional, aprendi as capitais, nunca soneguei e nem enganei o leão.
Estudei em escola pública, pedi ajuda para a polícia sempre que precisei e defendi com unhas e dentes alguma coisa chamada nação.
Não daria para ser decente se fosse o contrário.
E eu, se me lembro bem, decidi ser gente. Decente.
Mas confesso que estou um pouco desconfiada de que há algo errado. Até me disseram que sou minoria.
Comecei a ter sonhos onde gente honesta é punida e onde bandido ocupa cargo público, faz discurso de mentiras e é tratado como herói.
Ainda bem que são só sonhos... Ufa!
Ainda bem que sou minoria.
Quem sabe criam uma lei para mim e eu ganho algum cargo criado por alguma cota em algum lugar que ninguém sabe para o que serve.
Só que aí... vou ter que mudar minha decisão.
No meu dicionário, decência não tem nada a ver com conveniência.