ANTIMODISMO

Eu nunca quis estar na moda,

nunca entrei na roda de esquema algum,

pois tudo passa e nada é por acaso,

se acaso te incomoda o fato de eu ser pobre,

também posso ser um nobre

se nobreza você merecer.

Eu nunca quis entrar na roda,

nem estar na moda que alguém impõe,

tudo que começa acaba, se ergue e desaba

e se decompõe.

Vivo e apenas vivo e agradeço a DEUS

por tudo que posso, por tudo que faço,

por nada que pareça ser,

por nada que eu pareça merecer.

Não sigo moda, não giro nessa roda,

por mais que certa lhe possa parecer,

faço minha estrada, sigo em caminhada,

firme em meu caminho, em meu propósito,

que de propósito e a propósito lhe vem aborrecer.

Eu não tenho culpa e nem me preocupo

se o que digo e o que faço lhe possa ofender,

eu não tenho culpa se as coisas que falo

você não é capaz de compreender.

Eu não faço questão de ser um cara bem quisto

sou mesmo esquisito e me sinto feliz

de ser mesmo assim.

Não ligo prá modismo, nudismo, sofismo,

nazismo, puta-que-parismo, porrismo,

rotulismo, esse mesmismo que todos acham

o máximo, diferente, legal, mas que é sempre igual.

Não nasci pra ser igual, nem diferente.

Se vivo ao contrário? A mim não importa,

não sou uma porta, que vai e que vem,

que só abre e fecha ao bel gosto de alguém

ou de ninguém quando o vento se enfurece

e então a arremessa contra o batente;

eu sou gente, sou vivo, penso logo existo

e não desisto de ser eu mesmo.

ROBERTO CARLOS BRAZ DO NASCIMENTO

( ROBERTO BRAZA )

19/03/2007

ROBERTO BRAZA
Enviado por ROBERTO BRAZA em 24/02/2012
Reeditado em 24/02/2012
Código do texto: T3516631
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