Coisas complexas e que arrastam correntes por aí...
As pessoas vivem dizendo por aí que o coração é o órgão mais complexo, tão complicado que ninguém entende. Mas quando alguém escreve sobre coisas do coração, eu, por exemplo, todo mundo diz se identificar, se encontra na leitura, na história contada, na dor ou amor sentido. Não importa o quanto você possa ser prolixo falando de coração, amores e essas coisas, as pessoas sempre vão compreender o que você quis expressar nas linhas tortas.
Mas de fato, coisas do coração são realmente confusas, profundas e de difícil entendimento. É como alguns livros de faculdade que você tem que ler e não entende nada, ou ainda como tentar ler um livro da Escola Simbolista! Quase impossível de entender! E é mais ou menos nessa tendência o que anda afligindo um companheiro que essa semana me questionou o seguinte:
- Pedro, você que é um cara tão romântico e que vive escrevendo por aí... Já conseguiu pensar todos os dias de um ano na mesma mulher, mesmo não estando mais com ela?
Na mesma hora senti um soco no estômago... Pior do que quando minha gastrite ataca nas madrugadas de sábado para domingo, uma dor infernal! Falei para Chico que isso era possível e que ele não deveria se preocupar... E tentei explicar pra ele com uma alusão que aprendi com alguém que não me lembro do nome. Sentimentos inacabados ou mal resolvidos são feito fantasmas, enquanto não terminarem suas ações, de fato, não findarem, continuarão por aí arrastando correntes e nos deixando confusos assim como você está. Ele ficou meio sem entender, mas acho que a essência ele pegou e se não pegou a confusão dele piorou!
Pensar em alguém todos os dias é muito mais comum do que achamos. É uma razão a mais que encontramos pra fazermos as coisas melhores, e no meio de tanta emoção encontra-se razão... Mais uma complexidade! A vida inteira é feita de complexidades. Quem diz que amar é uma coisa simples não sabe o que é amor... Nem sempre o que é complexo tem explicação e se tiver ainda vai demorar longos anos pra que descubram... E nesses longos anos Chico ainda vai ficar pensando nela e ouvindo correntes por aí todos os dias, horas e minutos!