Sobre perfumes e mulheres...
Sobre perfumes e mulheres... Esse sempre foi um assunto que gostei de tratar. Seja onde fosse lá estava eu falando delas e seus perfumes. Por exemplo, é inquestionável que a mesa de um bar é sempre um templo sagrado para falarmos de assuntos que envolvam mulheres, ilusões, mágoas, mulheres, alegrias, perfumes e mulheres. Os amantes dessa essência doce, com um leve toque entorpecente devem me compreender.
Perfumes e mulheres se confundem pelo menos para mim... Inevitavelmente elas nunca têm o mesmo cheiro e têm ao mesmo tempo. É completamente paradoxal, mas perfeitamente óbvio. Reconhecemos uma mulher pelo perfume, por mais que digam: “Ah, mas ela usa um perfume masculino”! O perfume mais rústico nela se torna doce e ainda bem que é assim. Porém, alguns de nós possuímos a capacidade e sagacidade de perceber e diferenciá-las, o que também é muito bom. Só pelo perfume cravamos nosso palpite: “Pronto... É Ela”! E pro nosso bem é bom que sempre acertemos o “Ela”!
Uma das minhas primeiras paixões, sem ser a professora da 5ª série ou essas coisas, foi despertada, justamente, por um perfume. Tudo bem que ela tinha um par de olhos... - ainda bem que era um par – ah, aqueles olhos esverdeados foram o mais próximo que já cheguei e chegarei de alguma coisa parecida com esmeraldas! Voltando ao perfume... Ela tinha um cheiro de primeira vez... Não “aquela” primeira vez, digo primeira vez que você vê uma menina mais velha, ela tem atributos que suas coleguinhas de classe não têm, fala de um jeito que ninguém fala com você e te trata como um filhote de cachorrinho, fofinho e ainda cheiroso! Eu realmente gostava daquilo, cabia no colo dela... O cheiro que ela tinha de primeira vez era legal até o dia em que eu a vi com um cara bem mais velho na escada da escola... A partir dali ela passou a ter cheiro de mofo, um perfume doce demais e enjoado e que passara a ser comum demais também.
Outros perfumes surgiram. Uns melhores e outros piores. A vida é quase sempre contada por perfumes. Aquele perfume do fim da fase do colegial foi um dos melhores, quiçá o melhor até hoje. Para os leigos, o fim do colegial é um momento de transição muito importante. É aquela fase em que você se encontra, normalmente, pressionado de todos os lados. Mas um perfume curava qualquer coisa. Sabe aquele filme “Perfume de mulher”? Então, no meu caso eu não sei se ela já poderia ser considerada “mulher” e eu também não era o Al Pacino mesmo. Isso não importa! Aquele perfume que não era doce e que eu até hoje não sei descrever me ensinara um bocado, coisas boas, muito boas e também as ruins, pois a gente também tem que aprender umas coisas ruins pra passar adiante ou corrigir no meio do caminho.
Perfumes e mulheres são a mesma coisa. Alguns levemente doces, outros um tanto enjoados, uns especiais que te lembram instantes de tirar o fôlego, outros te causam alergia só de pensar e tem algum que te cai perfeitamente. Aquele perfume que te deixa bem. Que te acompanha sempre, mas nunca atrás de você ou do lado, de mãos dadas ou à frente, pra que você aproveite a sombra e o bem que ele te faz.