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Neste lugar frio e chuvoso a ouvir falar de Ernest Nagel, Carnap, Hempel, Adams, modelos, modelagem, fuleragem, tradição herdada, sou louco mesmo, que diabos tenho com a tradição recebida ou herdada das concepções de ciência, T teórico? que me interessam as teorias se não para serem comprovadas e o futuro que tenho eu haver com ele? o que querem, se não mais há espaço para a metafisica o que me interessa os axiomas, a verdade? merda de verdade, a objetividade a neutralidade - a bomba de neutrons? sim, sim meu caro o que me interessa na filosofia da ciência, a ciencia domina, os paradigmas, as matrizes disciplinares, as meretrizes me dizem mais, que me interessam esses debates soble o núcleo "K" diabo de núcleo "K" se no final a razão instrumental é quem dita , os artefatos, a fetichização da tecnologia, a serviço do consumo, aparelhinho tal, tecnologia tal, a fascinar como se estivéssemos presos num mundinho destituído de ser, redes teóricas, prefiro a velha rede na qual me deito e penso no mundo como faziam os pré-socráticos com um alumbramento infantil, sem me preocupar com o mecanismo, sem ser cartesiano, sem ser newtoniano sem saber a equação de Lorenz, ou sobre a Segunda Lei da Termodinâmica. Que me interessa a entropia ela é lei, ela age, ela atua, é assim, tudo se destina ao nada; Me prosto em minha rede de pensamentos dirigidos ao infinito como um ermitão cego que aprecia a lua, como lua, certo Alberto Caeiro, acendo a minha vela, rezo para minha Santa Rita de Cássia, para me dar proteção e esqueço, esqueço as sutilezas das redes teóricas. Axiomatizar tudo, o discurso, a linguagem, a fala, tudo passa pelo crível da investigação! perceber as metáforas, ah metalinguagem contida no discurso da ciência é demais para mim. Sigo os caminhos de Santiago e vou até LA Coruña e o que me interessa são outras coisas,,,,,,, a lua por exemplo, o caminho, o amor, eles não vêem nascer à flor e o sol; falar de dor......ver as pedras as cores, o cintilar do sol refletido na testa do amigo na ida de carro para La Coruña, onde o português me fala dos reais dilemas da Europa, a velha Europa, a Fortaleza Europa, não como cientista, não como filósofo mas como pessoa, enquanto escutamos música e o carro parece desafiar as leis da física, desgovernado pela carreteira, gostaria por exemplo de saber da fuzilaria que houve na Galícia durante a Guerra Civil, do sumiço de portugueses....interessa-me os homens e não as teorias; um sorriso, uma manhã, um gesto um café vale mais do que qualquer análise sobre laboratórios, sobre a metáfora da linguagem da ciência, a ciência esse artefato humano terrível e tão útil, tão sutil, tão terrível, capaz de projetar-se sobre o que não se vê, sobre o inobservável, sobre átomos, gluons, forças fracas e fortes, sobre teorias unificantes,..... Viver vale mais do que qualquer tese, qualquer hipótese,,,,qualquer síntese, sim o que me interessa dos ensaios de Einstein de 1905, que o tempo é relativo e pronto. O resto E= M.C2 fica para os seus desdobramentos tão terríveis é certo, os artefatos, as implicações da ciência......estou sendo radical? parece-lhes radical não se interessar pelo que é cientifico, pelos problemas oriundos da radiatividade, por não mensurar o que digo então me mandem para o tribunal da insensatez da loucura...pois não me amparo em ninguém, nalgum desses vistosos pensadores da ciência, Karl Popper? que tenho eu haver com a verdade, não tenho nada a provar, não faço parte de comunidade científica alguma, não tenho nenhuma linha de pesquisa e de pensamento, sou um eterno curioso isto sim e pago o preço por isto. Saber por que o discurso da ciência é machista e se fosse feminista seria como? gênero? em ciência, retórica científica? Se Bacon quis estuprar a natureza? Ela já está estuprada por todos os discursos, está violentada,,, Sim pago o preço, o preço é alto....
Labareda
Enviado por Labareda em 26/03/2011
Reeditado em 13/06/2014
Código do texto: T2872766
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