Um verso e dois beijos
Certa vez o poeta disse: “... Aquele beijo era mesmo fim. Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim”! Eu sempre quis discorrer sobre esse verso, na verdade gosto de escrever sobre coisas que emanam paixão, amor, algumas dores e um sorriso ao fim de tudo, se é que tem fim!
Um beijo pode significar milhões de coisas, podemos lançar vários olhares para interpretar um beijo, mas será que ele é interpretativo? Digo... Racionalmente? Creio que não! Por isso eu o interpretarei da maneira mais sutil e sensível que eu possa parecer – Desculpem, mas não me considero sensível.
Um beijo pode ser o princípio, o início, o ponto de partida para diversos lugares e dimensões. Lembro que meu primeiro beijo aconteceu na saída do colégio, eu estava pressionado pelos “coleguinhas” que queriam ver o Big Brother Brasil ali, diante de seus olhos. Foi uma coisa meio estranha, eu não sabia muito bem onde colocar e como colocar, eu só sabia que estava beijando – Que ela não leia isso! Esse eu posso dizer que foi um beijo inicial, vou lhes ser sincero, não aprendi nada com ele, mas o bom é que ela era linda. Anos foram se passando e eu fui aperfeiçoando a arte de beijar, porque beijar é uma arte, se vocês não sabem! Segundo um amigo meu: “Beijar é o encontro de dois mundos, habitados por 32 dentes cada, que querem a mesma coisa”! Ele sempre diz isso quando está um tanto embriagado, portanto, eu sempre dou um desconto. Mas é bem por aí... Um beijo inicial tem que ser dado com sucesso, você deve estar bem vestido, ou não, depende do grau de intimidade que se tenha ou não se tenha. O meu primeiro acho que não foi bem dado porque não vi mais a menina! Com o passar do tempo eu fui provando outros beijos e outras pessoas provando os meus. E além do beijo, eu conheci outra coisa que, muitos dizem vir depois do beijo, o amor. Particularmente eu discordo. Eu sempre amei antes e o beijo veio depois.
Quando conheci o amor, eu conheci também outro tipo de beijo. O beijo de despedida, de partida, de adeus, até logo, de “fica bem sem mim”! E aí eu cheguei à conclusão de que nem sempre a gente conhece só o que a gente quer. Deparei-me com um beijo meio amargo, de olhos abertos e de mãos frias. Não havia calor nem o miocárdio a fazer aquele “Tum Tum”. Eu conheci o lado triste de beijar e, pior, conheci quando mais eu queria começar e recomeçar e não findar.
O poeta faz confusão nos versos, já não sabe se o beijo é começo ou se é fim. Uma hora a certeza do amor e outra a certeza do desamor. Os meus beijos sempre foram de começo, eram histórias, mas não tinham fim. Eu sempre escrevia um capítulo novo a cada reencontro, a cada encontro dos mundos!