Sem nome

Façam me o favor, óh leitores,

Exaurido e impessoal fiquei-me;

Dos astros que já vi, dos mais sublimes,

Dos emaranhados de coisas e sentenças,

Do mais belo livro que interpretei,

Da mais bela canção que namorei,

de uma tão bem ouvida, de um gosto sagaz,

transcendente, irreal.

Das juras ressonantes que burlavam-me,

Das saudades indigestas que de um súbito,

pairava no momento exato, na hora crédula.

Santos pássaros voam sobre o ar da graça,

e são belos seus razantes deslizes,

São de todos, de belezas distintas, de nações.

Justamente regada pela vida, por esse tema;

Indispensável, incompleto, morfema.

Adriel
Enviado por Adriel em 11/09/2009
Reeditado em 11/09/2009
Código do texto: T1804837