Sem nome
Façam me o favor, óh leitores,
Exaurido e impessoal fiquei-me;
Dos astros que já vi, dos mais sublimes,
Dos emaranhados de coisas e sentenças,
Do mais belo livro que interpretei,
Da mais bela canção que namorei,
de uma tão bem ouvida, de um gosto sagaz,
transcendente, irreal.
Das juras ressonantes que burlavam-me,
Das saudades indigestas que de um súbito,
pairava no momento exato, na hora crédula.
Santos pássaros voam sobre o ar da graça,
e são belos seus razantes deslizes,
São de todos, de belezas distintas, de nações.
Justamente regada pela vida, por esse tema;
Indispensável, incompleto, morfema.