E “Lilia” foi sorrindo!
Já imagino a cara de São Pedro, com aquela longa barba e uma enorme chave na mão, igualzinho nas imagens que se espalham nas igrejas católicas, e ao abrir a porta do céu se depara com “Lilia” lhe dando um sorriso e dizendo “não deixa a peteca cair”. Para debaixo na terra levaram seu corpo, mas na superfície ficou sua alma entre nós, cheia de alegria, e para quem enxerga além da superficial terra a estará vendo sorrir! Não foi à-toa que seus filhos Alex Ramon, Janaina, Jaciara, e Junior, em uníssono e voz alta na hora das benções de despedida, em frente aos que choravam, proclamaram: “Sorria, sorria; pois a maior tristeza é aquela de não poder sorrir”, e justificaram perante a perplexidade do padre, “foi assim que mamãe nos ensinou”.
Maria Leovaldina da Silva Teixeira, ou carinhosamente “Lilia”, foi entre nós aqui no Sertão de Guanambi, professora e vice-diretora sócia da escola de primeiro grau Paulo Freire, e por mais de uma década dividiu responsabilidades com sua irmã Evanilsa, a diretora tia “Nilzinha” educadora de minhas filhas menores. A ela caberá a herança de continuar a alegria e a confraternização nas festinhas humanas em datas cívicas e folclóricas. Escola para que eu, observando amor pelo ensino, presenteei com o slogan: “Onde a arte de ensinar é um exercício de amor”.
“Lilia” também por décadas se ocupou no setor de habilitação da 16ª Ciretran da Bahia, em Guanambi, e surpreendia quando ali chegava alguém agitado ao ter que resolver um problema relacionado com sua carteira de motorista, como é comum nessas repartições de gente sempre de cara amarrada, mas ali encontrava um largo sorriso, e a frase saída quentinha daquela boca sorridente: “Não deixa a peteca cair”, e com esta frase ficou imortalizada.
O otimismo de “Lilia” era tanto que a fez enfrentar nos últimos anos uma série de intervenções médicas, e segundo os que a tratavam sempre sorrido, surpreendendo-os a cada instante, e contando de forma alegra como seria um jantar entre os amigos, nos quais me incluo, e que ela própria prepararia no novo apartamento que montou, e que nem sequer desfrutou; Um chamado de Deus foi atendido por ela, que na terra deixou o corpo e foi alegrar o céu! Seus filhos atenderam aos seus pedidos de que não queria tristezas em seu funeral, e nem fotos de seu corpo no caixão. Queria lembranças boas, e assim ao lado de sua urna funeral um “foto-shop” projetava slides de sua vida sorridente ao lado de múltiplos amigos, e de também de Mário!
Quem é Mario? Trata-se de um adulto hoje, membro de uma família em que alguns irmãos tiveram problemas excepcionais acentuados, mas “Lilia” o colocou como filho no seio de sua família sem tirar-lhe da que ele tinha, e o criou com amor durante os dias junto aos seus. E um fato me chamou a atenção; quando convidei os quatro filhos biológicos de “Lilia”, que em rara ocasião estavam reunidos, para tirar uma foto. Todos se preocuparam para que o “irmão de afinidade e criação” ali estivesse, pois “Lilia” os ensinou sempre a sorrir, nunca desprezar alguém. O que falar mais desta mulher, sempre alegre nas dores das separações? Nesta última, que por costume todos deveriam emanar choros, não o fizeram externamente, mas sei que sentiram muito. “Lilia” pediu antecipadamente que com um sorriso não deixassem à peteca cair. E assim foi!
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* Uma homenagem a Maria Leovaldina da Silva Teixeira “Lilia” que nasceu 11 de julho de 1951 e com um semblante sereno fez sua aparição no Céu, neste dia 13 de maio de 2008, dois dias após o “Dia das Mães”... E a faixa ficará aberta para que muitos leiam: “Nossa guerreira, nosso amor!”