Quando o Dia Nasce
Na calada da noite, o sussurro de alguém. Uma voz triste e chorosa se faz ouvir quase sem querer.
Nas desventuras estampadas no acrílico... O cubismo de nossas reações tão geométricas quanto uma ciência exata. A margem de texto que se destaca na multidão... Aí, se vai, vida.
E no precipício, por onde morrem os vultos, arremessam-se sonhos e pesadelos criados na selva de pedra de nossos tempos...
O quanto que vozes uníssonas, tão similares e tão diferentes, já ecoaram pelos desertos de sangue negro, sangue vermelho... Sangue inocente? Aí, não há mais sonhos. Só linhas pré-fabricadas em papel reciclado e todos se voltam para a real e transfigurada monotonia de antes... Quem ouve? Quem liga?
Somos tão poucas linhas para nos diversificarmos, para nos transbordarmos nesse cálice de idéias pré-concebidas...
E na fuga de mim mesmo, me vi na realidade que a todos dopa. E me encerro em poucas linhas dessa vertigem insana chamada vida...
A noite se vai com os sussurros... E o dia anuncia a nova chance de não chorar mais na noite seguinte.