Filosofia de Baiano
Amanheci com uma vontade danada de escrever sobre a Bahia,talvez por causa de uma história que se passou há uns trinta anos atráz e define bem a filosofia desse povo encantador e dos valores que êles acreditam.O baiano,tido por preguiçoso,por boa parte dos brasileiros,é apenas um "bon-vivant".quer gozar a vida,que só tem uma e crê mais no ser do que no ter.è alegre,festeiro,bem humorado,costuma rir das próprias desgraças e até se diz que baiano não nasce:estreia.Nós não queremos ser o "mais rico do cemiterio";só queremos levar boas lembranças,quando partirmos.O baiano é todo coração;abrimos nossos braços,nossas casas para os amigos que chegam e que mal conhecemos,venham de onde vier.Mas,vamos á estória.O pescador baiano estava no seu barquinho em Itapoan,com sua vara de pesca rudimentar,seus camarões ,de isca,seu cigarrinho de palha,pitando,sereno,quando chegaram os japoneses;era uma equipe de empresarios de porte que veio,justamente,estudar os mares piscosos do Nordeste,pensando em negócios futuros e sonhando com milhões,como sonham todos os empresarios.Ficaram lá,a observar o baiano,que volta e meis,tirava do mar uma grande variedade de taínhas,vermelhos,enfim,peixes,grandes,pequenos,medios;era pôr a isca n'água e la vem peixe,os japoneses,deslumbrados.Quando achou que a muquequinha estava de bom tamanho,êle encostou o barco,amarrou,tirou o sambu´rá coalhado de peixes,suas escamas brilhando ao sol,deitou numa rede que já estava armada entre duas árvores,bebeu um gole da boa cachaça de cabaço,vinda de Santo Amaro e foi tirar uma pestana.No que foi impedido pelos japas,que queriam conversar;bom baiano não dispensa uma prosa e conversa vai conversa vem,os japoneses ficaram sabendo que todo dia acontecia a mesma coisa:êle vinha de casa,deitava a isca ao mar e era só esperea os peixes;a que não comia,vendia e assim ia vivendo,porque,o pouco,com Deus é muito,êle não almejava mais.Os empresarios lhe propuseram uma parceria,viriam com seus potentes barcos de pesca,pegariam toneladas e mais toneladas de pescado,ficariam riquissimos,teriam carros,mansões,aviões,viagens,tudo o que o dinheiro proporciona;e o pescador,na sua fala macia,perguntava:-prá quê?Os homens não podiam acreditar,então,êle não queria ser rico,para poder ficar tranquilo,descansando na sua rede,pitando seu cigarrinho,tomando sua caninha,sem preocupações,gozando a fresca da manhã?E o sábio baiano lhes perguntou:-mas,não é isso que eu 'tou fazendo agora?
è por essas e outras que eu adoro o meu povo,seu jeito "nonchalant",que encantou o pintor Carybé,antes argentino,virado baiano,que até confundiu uma turista paulista quatrocentona,tão orgulhosa de seus antepassados,que parece até que osteria parido,que lhe perguntou:-mas,então,o senhor não é baiano?e êle respondeu:-não mereci,minha senhora.
Amanheci com uma vontade danada de escrever sobre a Bahia,talvez por causa de uma história que se passou há uns trinta anos atráz e define bem a filosofia desse povo encantador e dos valores que êles acreditam.O baiano,tido por preguiçoso,por boa parte dos brasileiros,é apenas um "bon-vivant".quer gozar a vida,que só tem uma e crê mais no ser do que no ter.è alegre,festeiro,bem humorado,costuma rir das próprias desgraças e até se diz que baiano não nasce:estreia.Nós não queremos ser o "mais rico do cemiterio";só queremos levar boas lembranças,quando partirmos.O baiano é todo coração;abrimos nossos braços,nossas casas para os amigos que chegam e que mal conhecemos,venham de onde vier.Mas,vamos á estória.O pescador baiano estava no seu barquinho em Itapoan,com sua vara de pesca rudimentar,seus camarões ,de isca,seu cigarrinho de palha,pitando,sereno,quando chegaram os japoneses;era uma equipe de empresarios de porte que veio,justamente,estudar os mares piscosos do Nordeste,pensando em negócios futuros e sonhando com milhões,como sonham todos os empresarios.Ficaram lá,a observar o baiano,que volta e meis,tirava do mar uma grande variedade de taínhas,vermelhos,enfim,peixes,grandes,pequenos,medios;era pôr a isca n'água e la vem peixe,os japoneses,deslumbrados.Quando achou que a muquequinha estava de bom tamanho,êle encostou o barco,amarrou,tirou o sambu´rá coalhado de peixes,suas escamas brilhando ao sol,deitou numa rede que já estava armada entre duas árvores,bebeu um gole da boa cachaça de cabaço,vinda de Santo Amaro e foi tirar uma pestana.No que foi impedido pelos japas,que queriam conversar;bom baiano não dispensa uma prosa e conversa vai conversa vem,os japoneses ficaram sabendo que todo dia acontecia a mesma coisa:êle vinha de casa,deitava a isca ao mar e era só esperea os peixes;a que não comia,vendia e assim ia vivendo,porque,o pouco,com Deus é muito,êle não almejava mais.Os empresarios lhe propuseram uma parceria,viriam com seus potentes barcos de pesca,pegariam toneladas e mais toneladas de pescado,ficariam riquissimos,teriam carros,mansões,aviões,viagens,tudo o que o dinheiro proporciona;e o pescador,na sua fala macia,perguntava:-prá quê?Os homens não podiam acreditar,então,êle não queria ser rico,para poder ficar tranquilo,descansando na sua rede,pitando seu cigarrinho,tomando sua caninha,sem preocupações,gozando a fresca da manhã?E o sábio baiano lhes perguntou:-mas,não é isso que eu 'tou fazendo agora?
è por essas e outras que eu adoro o meu povo,seu jeito "nonchalant",que encantou o pintor Carybé,antes argentino,virado baiano,que até confundiu uma turista paulista quatrocentona,tão orgulhosa de seus antepassados,que parece até que osteria parido,que lhe perguntou:-mas,então,o senhor não é baiano?e êle respondeu:-não mereci,minha senhora.