UMA NOVA CANDIDATA DA TERRA DAS MULHERES
UMA NOVA CANDIDATA DA TERRA DAS MULHERES
Marília L. Paixão
Vou me candidatar a um novo erro sobre os acertos.
Vou me candidatar a um novo elogio para eu o guardar nos dias em que não brilho.
Vou continuar me candidatando a alguma coisa até alcançar uma prenda boa.
Mas se já te alcancei posso me sentir possuidora da prata e dos frutos da lavoura.
Neste final de semana não me senti muito boa para ler ou escrever. Estava me escrevendo em um céu sem estar lhe vendo.
Não lhe ver pode ser abstrato, mas sem seu retrato, mesmo que calado, imagens menos belas não ficam pulverizadas na atmosfera. Desta forma não sorri o lápis e não escorrega a caneta e frente a frente a uma fria tela acabo me sentindo besta.
O que dá beleza a escrita? É a sua face que me fita? Ou é toda a sabedoria acumulada tirada dos livros que já li ou não li?! Serão tiradas das revistas científicas? Será que os melhores textos vêm de dentro ou são mesmo total flex? Desculpem-me, mas tive que colocar um pouquinho do meu Gol aí... Deve ser meu jeito de valorizar as coisas que me alegram! Voltando aos bons textos, são parciais ou imparciais? Será que tudo deveria ser impassível? Há leitores que preferem menos sentimentalismos. Há escritores que não sabem não se envolver. Cá para nós, tem coisa melhor que nossa interna pitada salpicada em um pensamento?!
Razão e emoção. Frio e calor. Quando tudo dá errado sobra só fogo e inferno. Enquanto não sabemos no que vai dar, que tal nossa emoçãozinha?! Eu gosto quando percebo o lado pessoal do escritor no texto mesmo quando não fica tão transparente. E aqui vou eu, com eu isso e eu aquilo. Ups!!! Acho que preciso me candidatar a um curso onde devo aprender a me desprender um pouco de mim.
Enquanto não, devo desistir de ser escritora?! Se a resposta for sim, vou logo avisando que apesar da sua opinião eu não desisto não! Acho que tem um topo esperando minha chegada algum dia em algum lugar e de uns tempos para cá coloquei na minha cabeça que este topo tem a ver com as palavras. E com as minhas! Mesmo elas parecendo bestas eu acho que com elas chegarei lá. Depois de lá em cima eu agradecerei muito a vocês! Por enquanto agradeço por aquilo que vocês têm e eu não tenho. Tudo é uma questão de brio ou brilho, sensatez ou insensatez? Pode ser perseverança?
Estou me candidatando a uma questão de continuar sendo cara de pau. Mas a minha cara não é quadrada como caixinha de apagador de professor, (tomara que não apareça ninguém para me corrigir dizendo que está é retangular), eu bem sei como é que ela é! Mas minha cara de pau também não é redonda feito lua que nem um tio dizia quando fazia referência ao fato de ser uma adolescente gordinha. Estou querendo dizer que por ser cara de pau não quer dizer que você pode pegar um prego e tentar pregar qualquer coisa na minha cara. Meu cérebro não é de pau e meus sentimentos também não.
O bom das pessoas como eu que se divertem parecendo um pouco engraçadas, é que elas tiram tantas coisas de letras... Falam tantas coisas por falar, mas não são vingativas, não são ingratas, não são desalmadas, não são amargas e mesmo demorando um pouquinho, se tornam compreensivas. O Senhor coelho me disse que sou fruto de uma mina. Disse também que lindas pedras preciosas saíram de lá! Imagine se no final eu não adorei aquele sonho?!