Oito do Três...
Trancaram-nas e atearm fogo no salão. Uma lastimável prova da irrefutável culpa humana quando este se opõe ao intelecto ético.
Corpos carbonizados de mães, irmãs, filhas, vós e netas. Rostos retorcidos, como se apresentassem ao mundo uma última declaração de esperança e dor. O sofrimento de tais rostos significou uma vitória sobre o tradicionalismo viril da sociedade.
Sei que estes parágrafos estão bem rebuscados, talvez seja assim no mundo. Tudo deve estar bem feito. Mas o homem peca na ignorância e faz coisas incrivelmente banais. Tudo que é bem feito, não deixa vestígios às vistas superficiais, mas criam cicatrizes que perduram longe dos olhares. Quem olhar este texto, pode pensar em ideais feministas, mas não é tudo.
A cicatriz que lhes mostro é o da falta de humanidade. Homens torturados, mulheres abusadas sexualmente, crianças escravizadas. Os olhares superficiais deixam escapar o que há por trás do 8 de Março. Aquilo não é um fato isolado. Na África, mulheres são estupradas e contraem Aids devido a violência dos soldados, revolucionários ou não. No Oriente, mães perdem filhos na insana guerra que separa povos tão ligados geneticamente. Uma guerra entre irmãos. Somos atores desse teatro macabro, os papéis nunca mudam.
O passado demonstra o que o ser desumano é capaz de fazer no auge de sua irracionalidade. Dia das Mulheres deveria, além de mostrar a imagem da mais perfeita criatura de Deus, apresentar os que vários seres humanos de sexos diferentes, culturas diferentes, passam nas clausuras que o sistema maléfico humano os prende.
Está na hora de tranacarmos a ignorânica e ateamos fogo nela. O ser humano é melhor quando usa o seu lado racional. Mundo, ainda queima lá fora...