O SUBPRODUTO CHAMADO MULHER

Antes que minhas amigas feministas e outras tantas decidam protestar ou até exacerbar sua injuria com safanão e ponta-pé, solicito que o texto seja lido até o fim.

Eu como um vivente divino, pois creio piamente que sou Filho de DEUS, tenho por costume admirar e amar as obras do Criador Eterno.

E como são lindas, variadas e incalculáveis as Suas Obras!
Universos infinitos, mundos que nem imaginamos ou muitas vezes tentamos imaginar, animais e plantas, elementos da natureza, e claro, o ser humano.

Destas vastas e infinitas obras da criação Divina, nada, a meu ver, se compara ao esplendor da criatura Mulher.

Falo destes seres mães, filhas, esposas e namoradas, amantes e amigas...

São tantas as qualidades deste ser coração que se tentar aqui relatá-las cometerei o pecado de esquecer algumas.

No último século a mulher lutou e conquistou direitos importantes.
Segundo a ONU - Organização das Nações Unidas - os direitos das mulheres são:

• Direito à vida;
• Direito à liberdade e a segurança pessoal;
• Direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação;
• Direito à liberdade de pensamento;
• Direito à informação e a educação;
• Direito à privacidade;
• Direito à saúde e a proteção desta;
• Direito a construir relacionamento conjugal e a planejar sua família;
• Direito à decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los;
• Direito aos benefícios do progresso científico;
• Direito à liberdade de reunião e participação política;
• Direito a não ser submetida a tortura e maltrato.
Vendo estes direitos acima alinhados muitos poderão crer que eles foram assegurados simplesmente por manifestações dos desejos femininos.
A história fazendo justiça sempre nos conduzirá as tristes lembranças do Século XVIII.
As mulheres deste século eram submetidas a um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias, espancamentos e ameaças sexuais

O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, está intimamente ligado aos movimentos feministas que buscavam mais dignidade para as mulheres e sociedades mais justas e igualitárias.

É a partir da Revolução Industrial, em 1789, que estas reivindicações tomam maior vulto com a exigência de melhores condições de trabalho, acesso à cultura e a igualdade entre os sexos.

As operárias desta época eram submetidas a um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias, espancamentos e ameaças sexuais.

Dentro deste contexto, 129 tecelãs da fábrica de tecidos Cotton, de Nova Iorque, decidiram paralisar seus trabalhos reivindicando o direito à jornada de 10 horas.

Era 8 de março de 1857, data da primeira greve norte-americana conduzida somente por mulheres.

A polícia reprimiu violentamente a manifestação fazendo com que as operárias refugiassem-se dentro da fábrica.

Os donos da empresa junto com os policiais, trancaram-nas no local e atearam fogo, matando carbonizadas todas as tecelãs.

Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca, foi proposto que o dia 8 de março fosse declarado Dia Internacional da Mulher em homenagem às operárias de Nova Iorque.

A partir de então esta data começou a ser comemorada no mundo inteiro como homenagem as mulheres.

Hoje vivemos dias em que a liberdade feminina não é compreendida por uma grande parcela das mulheres e por vários seguimentos da sociedade brasileira e, porque não dizer da sociedade mundo afora.

O “poder” de poder fazer o que se quer, sendo dona de seus desejos, tem feito com que muitas mulheres cometam o engano e não saibam entender as conquistas que começaram a séculos atrás por mulheres que perderam a vida na luta por direitos hoje banalizados por muitas mulheres.

É fácil nos dias de hoje, a gente deparar com peças publicitárias que induzem de forma velada ou até explícita a ver as mulheres como objeto, como um produto que tem preço para ser comprado.

Surge um novo modelo de sandálias, eis que é escalada uma mulher semi-nua para divulgar as vantagens da sandália que muitas das vezes só aparece no findar do comercial.

A lista é vasta dos produtos que têm na grande maioria as mulheres como um subproduto para agregar vantagem aos lucros das empresas.

Outro dia diante de tantas peças publicitárias que induzem o erro fatal de ver a mulher como objeto, cheguei a pensar que os diálogos em agências de publicidades eram mais ou menos assim:

- Você quer vender cigarros coloque um subproduto mulher, se possível semi-nua, no seu comercial, que o retorno é garantido.

- Ah, não! Você quer vender creme dental? É só chamar modelos semi-nuas com cara de pouco interesse pela vida que farão as vendas de sua empresa explodir!

- Quer dizer que o seu seguimento é a venda de carros, pacotes de turismo, aparelhos de som e imagem, sorvetes e picolés?

- Nós temos um subproduto chamado mulher, na embalagem semi-nua,
que fará com que todos prestem atenção no seu produto quando ele aparecer no fim do spot ou no canto da mídia impressa!

Pode parecer devaneios deste que vos fala, mas não é!

Num passado recente fora vinculado um comercial na tv aberta aqui em Minas Gerais, para vender vassouras. As vassouras tem sido por séculos uma grande aliada das mulheres auxiliando na árdua tarefa da manter limpa suas casas ou seus locais de trabalho.

Até aí tudo bem em escolher uma mulher para o comercial da vassoura. Só que a mulher que representa a empregada que faz a faxina na casa, aparece com um modelito que provavelmente fora adquirido pela direção do comercial num sex shopping.

De tão curta que era a saia da moça que quem via de relance acreditava que a “profissional” estava varrendo, vestida um cinto e não uma saia.

Neste processo de banalização da sexualidade feminina, os meios de comunicações têm uma grande parcela de culpa.

Vejam o exemplo de um reality show Big que está em andamento na TV de maior alcance e espectadores no Brasil.

As mulheres brasileiras estão recebendo o recado velado de que não é imoral tentar entrar num programa deste para depois vender visualmente seu corpo para uma revista ou sites masculinos.

Mas o que mais me espanta não é a quantidade de mulheres que se tornaram um subproduto, mais sim, ao silêncio da grande maioria delas que assistem a tudo isso que está acontecendo, e não são capazes de levantar-se de pronto e defender os ideais das centenas, e por que não dizer milhares de mulheres que perderam suas vidas pelo mundo afora, exigindo cada direito que julgavam ser necessários para ter uma vida digna.

Mulheres do mundo, unam-se!

Pois hoje o “mercado” vos quer por um subproduto, e amanhã talvez, vos queiram descartar igual aos produtos que agregam valores comerciais.

Afinal, a mulher nada mais é do que um ser divinal, que nasce para amar e se amada, respeitar e ser respeitada, com inteligência indelével e beleza lírica; e não para ser exposta como um “pedaço de carne” numa vitrine ou em um anúncio publicitário.

Quero viver para ver o dia em que os valores e a importância das mulheres serão reconhecidos não só nos 8 de março, pois todos os dias a elas pertencem!
Jayme Tijolin
Enviado por Jayme Tijolin em 08/03/2008
Reeditado em 08/03/2013
Código do texto: T892320
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