NATUREZA

Ontem, andando pelas ruas da cidade, senti o clima diferente. Parecia que estávamos no mês de Agosto. O ar seco. Senti minhas narinas um pouco obstruídas.

Hoje, o vento soprando... Mais um pouco e garotada se põe a soltar pipas novamente.

As estações estão mesmo confusas! “Estações Perplexas”, como a Cecília Meireles sabiamente dissertou uma vez.

Esse texto da Cecília Meireles é antigo. Olhem que essa situação já vem acontecendo há muito tempo!

Sinto saudades da minha infância, quando na época da Primavera, realmente as flores desabrochavam. Havia uma praça na frente do Grupo Escolar onde estudava, com um jardim imenso. Lírios, rosas, margaridas, dálias... O jardineiro era tão bravo! Morríamos de medo dele, porque brigava com quem subisse na grama ou mexesse nas flores!

O Inverno era rigoroso! De manhã havia muita neblina. Lembro-me de algumas geadas.

Havia um garoto loirinho da nossa turma, de cabelos tão claros, que o apelidaram de Geada, por ter os cabelos igual a neve... A geada era a nossa neve.

No Outono, íamos buscar laranja, caqui e mexericas nas Chácaras da vizinhança. Chácara do alemão, do japonês.

Havia tempo certo para tudo. Tempo para plantar e tempo para colher.

Hoje está tudo melancolicamente confuso... E a natureza sofre com isso!

E nós, nossos filhos e a próxima geração também sofrerá com toda essa mudança estúpida!

Quero ser otimista, pensar que o ser humano é capaz de interromper a degradação do meio ambiente, mas ainda somente uma minoria se preocupa em preservar a natureza.

A questão ambiental é baseada na educação. Aprender em casa a jogar o lixo no lugar certo, não desperdiçar água e tantas outras atitudes importantes.

Na escola deveria existir uma disciplina voltada somente para as questões ambientais e os alunos poderiam montar projetos para apresentar para a comunidade. O assunto é inesgotável. Seria uma forma de aprender e conscientizar as pessoas sobre a situação ambiental no nosso planeta.

Quero ser otimista, não vou ficar pensando em coisas ruins e catastróficas!

Vou continuar observando os beija-flores que vêm todas as tardes sugar o néctar das flores do pé de romã, os bem-te-vis que cantam todas as manhãs, as borboletas que pousam sobre as flores do jardim, as joaninhas, os besouros e mariposas “atrevidos” que por vezes entram aqui em casa, as lagartixas que saem para o jantar todas as noites...

A vida continua e eu sou apenas uma cidadã, preocupada com o futuro do planeta, mas que também precisa abandonar velhos costumes e aprender a viver de uma forma que não agrida o meio ambiente. Somos todos responsáveis!

Aureni Costa de Sá
Enviado por Aureni Costa de Sá em 04/03/2008
Reeditado em 05/03/2008
Código do texto: T886882