Da Astrologia às Cartas do Tarot
Não sei se já me conheço totalmente. Mas sei que sou mulher madura, divorciada, mãe de uma filha, que com certeza é a melhor parte de mim. Tenho uma família que amo e amigos queridos.
Empenho-me na busca do auto-conhecimento. Faço psicoterapia, onde construo e desconstruo aspectos da minha personalidade. Já aprendi a dar nomes aos meus sentimentos, cresci um pouco e venci algumas crises existenciais.
E faço uma confissão: já tive uma fase esotérica. Não que eu não continue lendo meu horóscopo on line todos os dias, porém já houve um período na minha vida em que eu consultava in ching, harmonizava o ambiente de acordo com o Feng Shui, acendia incenso diariamente e para complementar comprei um tarot.
Não sou muito adepta de cartomantes, nem consultas a videntes, por isso resolvi ter o meu próprio tarot. Era lindinho e eu acreditei que iria desvendar meu eu e de quem me rodeava em dois tempos. O tarot, dizem os especialistas, é uma excelente maneira de auto-conhecimento.
Acontece que a coisa não é tão simples assim. Para começar o baralho vinha acompanhado de um "livrinho" explicando como se jogar. O jogo teria que ser aberto em cima de um pano escuro e exigia toda concentração possível. Então vinha a parte mais séria e complicada. O tal livrinho trazia as "mil e uma" interpretações possíveis para cada jogo.
Juro que na primeira vez que desvirei a carta da Morte, senti a cervical tensionado na hora. O medo foi tanto que demorei uns dois dias para melhorar do torcicolo.
Depois li que a carta da morte pode significar coisa boas, como um fim de algo negativo ou um começo auspicioso. Mas a partir de então passei a usar um caderno para anotar as cartas e depois escrever o que dizia o livro. Com isso tudo fui deixando de lado as cartas e assim encerrei a minha vida de taróloga.
Porém, tem uma coisa na qual eu acredito mesmo: eu sou aquariana. Nasci com o sol em aquário o que explica esse lado sonhador de quem anda entre o céu e a terra. Desde criança eu achava o máximo quando lia que os aquarianos vivem cem anos à frente. Hoje nem acho muita graça nisso.
Apesar de me sentir aquariana da cabeça aos pés, não me identificava com algumas características e descobri, então, o meu ascendente. Gente, o meu ascendente é Virgem. Na hora achei que as contas estavam erradas. Eu não poderia ser virginiana. Eles, os nascidos em virgem, são organizados, perfeccionistas e eu não tenho essas qualidades.
Foi então que encomendei um Mapa Astral de verdade, feito pelo astrólogo Pedro Tornaghi. Dei-me esse presente e passei dias consultando aquelas folhas que me diziam quem sou, com base na data e hora do meu nascimento e todas aquelas casas astrais.
Algumas coisas me assustaram, outras, todavia, iluminaram dúvidas sérias. Entendi por exemplo que virgem, o meu ascendente, é o que mantém pelo menos um dos meus pés no chão. Do contrário eu já teria viajado em algum sonho romântico ou utópico. Poderia ter perdido tudo, inclusive a cabeça, que já esteve ameaçada algumas vezes.Meu lado virginiano me segura, graças a Deus.
Ainda descobri mais: eu achava bonito saber que o aquariano amava a humanidade, a liberdade e visava o bem de todos. Porém estranhava quando diziam que o amor fraterno era mais importante do que o amor romântico para os de aquário, que chegam a ser meio distantes emocionalmente.
Então de onde vinham aquelas reações emocionais(às vezes passionais), o romantismo e aquela sensação do mundo se acabar quando rompia um relacionamento?
Pedro Tornaghi resolveu essa equação e depois dele confirmei em vários livros sobre astrologia. A minha lua está nada mais, nada menos, em escorpião, o signo mais passional do zodíaco.
Eis, portanto uma mulher idealista, humanitária e sonhadora, que também é sensata e vem melhorando muito quanto à organização à medida que amadurece; mas que chora, ama muito, é impulsiva e intensa, pois suas reações são regidas por escorpião.
Desculpem se fiz um auto-retrato muito românctico. Culpa dos astros e não minha.
Evelyne Furtado.
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