Adeus Fidel...
Faz uma semana que o último grande líder do planeta renunciou ao cargo de presidente. Tal líder, Fidel, foi tudo: amado e odiado. E tal renúncia, o que significa?
Simbolo da antiga ordem, Fidel entrou na história como o ditador que ficou mais tempo no poder. Afinal, 49 anos para um homem como ele é muito tempo para fazer história... Desde a revolução até a semana passada, ele interpretou bem o papel de ícone revolucionário. Tal ícone não morrerá tão cedo nas jovens mentes - inclusive na minha.
Mas, e aí? O que temos a ver com isso?
Ligo a Tv e vejo senadores declamando prós e contras ao líder cubano. Querendo ou não, Fidel é um retrato fiel da iminência de um mundo novo. Antigos e intocáveis idealistas estão morrendo ou caindo - da Indonésia até Cuba, muitos líderes foram vítimas das mãos do destino.
Até os estadunidenses adiantam sua posição renovadora. Um candidato negro que dispara nas pesquisas é outro sinal do "admirável mundo novo" que vem por aí.
Tal perspectiva pode soar meio apocalíptica, mas veremos muitas coisas pela frente. O século XXI tem nos dados muitas surpresas. Mas por que justo agora?
Pense bem: o mundo ficou estagnado de 1945 até 1991... apenas duas potências. A bipolaridade mundial foi reinante no campo do terror e da ideologia. Fim da guerra, o mundo se viu livre de tais pesadelos. Uma década para se organizar uma nova Ordem Mundial. Uma década para arrumar a casa - inclusive o Brasil, depois de 20 anos de ditadura.
Tal Ordem abriu espaços para a multipolaridade. Não a econômica, mas a ideológica. O trânsito livre de informações criaram novos monstros... multi-monstros. Então, cá estamos. Mundo Novo.
Mundo que começa do jeito do velho: com sangue.
Então, por que aquela ilha do caribe chamou a atenção do globo na última semana? Como eu já disse, Fidel é o retrato fiel do início da nova era. Uma super-potência em crise econômica que - talvez - elegerá um negro para o posto de presidente também é um outro retrato desse mundo. A renovação na Ordem Mundial vem a galope, o que será de nós? Ninguém sabe.Aí eu você pergunta: mas a pobreza e a miséria? Ainda são restos de tinta nesse quadro... têm coisas que não mudam facilmente.
Um mundo quente... em todos os sentidos, é assim que retrato o mundo que está nascendo. E ainda digo, tudo que nasce... morre.
Adeus, Fidel... adeus, mundo antigo.