O Pão Nosso de Cada Dia
Ele quentinho com manteiga é uma delícia!
Uns gostam mais escuro, eu particularmente gosto dos mais clarinhos, com a manteiga derretendo, e uma xicara de café - é dificíl alguma coisa que você coloque no meio do pão e não fique gostosa, prazerosa de comer.
O pão é poesia, é cultura, é história, está na bíblia, aliás até antes dela, degustado com vinhos, nas festas fenomenais da Roma e do Egito antigo. Pão remete a fartura, a comunhão, alegria, recolhimento, acalento, e a uma série de outras coisas que com certeza são dignas de uma bela e bem escrita dissertação, por alguém de sensibilidade refinada, e escrita exata.
Minha abordagem contudo, não tem com certeza essa pretensão.
A questão é perceber cada dia, a luta pelo pão nosso de cada dia. Claro que essa minha percepção, se faz na minha condição pequeno burguesa - da qual não me envergonho, conquistada sem nenhuma dúvida, com muita luta, e apoio da minha família, mas, é inegável o fato de nunca ter passado fome, e muito menos ter me preocupado sequer com o pão à mesa, pois, tê-lo sempre foi tão natural como ter água em casa. Contudo é inegável saber que em muitos lares, o que há, é apenas água, mas pão...
Não vou nem entrar no mérito que em muitas casas, que muitas vezes nem casas são, também não tem nem água.
As diferenças da distribuição de renda nesse país de dimensões continentais, é assunto velho conhecido de todos nós. Nesse processo já vimos, ou presenciamos de alguma maneira as dores da fome, do desamparo, do desconsolo, do desespero - seja pessoalmente, ou através dos meios de comunicação, todos nós já presenciamos, nos compadecemos, nos revoltamos, e nos sentimos impotentes diante de tal situação.
A comoção é sentida mesmo por aquele, que sem nenhum vacilo puxa, ou tenta puxar o teu tapete. Aquele "cidadão" sem ética, que frequenta a Igreja todos os domingos, e dá donativos a alguma instituição de caridade, não pelo ato verdadeiramente humanitário, mas por ser moda ser politicamente correto. (Argh!!!)
Esse sujeito, não tem o menor peso de consciência em dolosamente, arquitetar contra tua promoção, querer o teu cargo, armando uma série de situações prá derrubar, o profissional que está focado apenas em crescer, ter conhecimento e aplicá-lo de maneira correta e digna.
E esse mesmo "cidadão", discute com propriedade, Ética e Moral, como se fosse o protótipo da lisura e competência.
Se o objeto do seu dolo for um pai de familía que vai ficar desempregado, não é problema dele. Afinal esse tipo de "gente" sempre pensa, que; quem não tem competência, que não se estabeleça - ainda que a competência dele seja nenhuma, a não ser na sua cabeça, achar que competência seja ansiar o que o outro conquistou, ou está por conquistar.
O que é verdadeiramente meritório, jamas poderia ser atentado, ou roubado, ou coisa que o valha.
Quem é sério, embora saiba que "isso" exista, não vive em função do mal que o outro pode fazer, até porque, quem está focado prefere a simbiose, e não o comensalismo.
Aliás nada mais triste, mais pobre e mais constrangedor, que o comensalismo humano!
Todos nós, não só queremos, como precisamos do pão nosso de cada dia. É o que nos tira da cama, estejamos com vontade ou não para trabalhar. É pelo pão nosso de cada dia, que madrugamos dia após dia estudando, que abrimos mão de passear, de estarmos mais tempo com nossos filhos, nossos amores, nossa casa.
É pelo pão nosso de cada dia, que sonhamos, que nos inspiramos, que nós temos força para sair num dia friozinho com chuva, ou com o corpo mole por uma gripe - gostemos ou não do nosso ofício.
Não podemos ser "o lobo do lobo do homem" (Thomas Hobbes).
A luta Verdadeira jamais poderá ser inglória, ainda que nos deparemos de quando em vez com um reles ser, que se intitule "humano".
Preparais para mim a mesa, à vista de meus inimigos. Derramais o perfume sobre minha cabeça. Transborda minha taça.
e, por favor,
O Pão Nosso de Cada Dia nos dai hoje.
Com suavidade, coragem, retidão e a beleza de Ser Gente de Verdade.