Era um tipo muito conhecida no bairro,mas,nem por isso,menos contraditorio.Pela manhã,circunspecto ,sério,calado.Por volta do meio da tarde tudo mudava.Muito amigo da caninha,saía aos trancos e barrancos,balançando prá cá e prá la,cantando a plenos pulmões,feliz como só o sabem ser os bêbados,as crianças e os loucos.Era um homem alto,negro retinto,forte-tinha sido estivador-e com um vozeirão capaz de levantar os mortos;e lá ia êle,cantando alto,seu refrão favorito:
Olé,olè,olè bambu
filho de nêgo é urubu.
Mas,não,não era racista.Batia forte no peito e gritava:"Preto sou eu,vermelho é meu sangue!"Vitória,doente,quando o rubro-negro baiano jogava,passava a tarde repetindo esta frase,dava uma paradinha estratégica e completava:"Meu nome é José Leopoldo de Sant'ana e o meu é o melhor time do Brasil!E ai de quem contestasse.Neste dia,uma segunda-feira,o Vitória tinha tomado uma surra do seu arqui-rival,o Bahia,e o nosso amigo estava furibundo;bebeu muito além da conta e deu para encarar sa pessoas de uma forma inconveniente,com um ar sacana,provocando todo mundo.Parava,fixava um olhar bovino na pessoa escolhida,cantava seu refrão,acompanhado de palavrões cabeludos,dizia seu nome,até tentava tocar nos transeuntes que se esquivavam,desconfiados ou amedrontados.E,assim,caindo e tropeçando prá lá e prá cá,chegou no ponto do ônibus,que estava cheio.Senhoras com crianças de volta da escola,operarios saídos do trabalho,mulheres elegantes que iam á Rua Chile tomar chá e dentre todos estes-ela.Uma senhora quarentona,mal ajambrada,muito gorda e com uma enorme verruga na ponta do nariz.Estava lá,quietinha,segurando uma sacola de compras.;o bêbado,mal a avistou ,encarnou nela.De pé,do alto dos seus 1.90m passou a encarar a coitada,examinando-a por todos os lados.O desconforto da mulher era visivel,mas,ninguem parecia se incomodar;até que êle,com um olhar cínico,disse:-mas,a senhora é feia!e este feia soou forte como uma declaração de guerra,a mulher liberou a tensão que estava vivendo a minutos e revidou,trêmula e revoltada:"-e o senhor é um bêbado safado!
-Mas amanhã 'tou bom.
E saiu catando ficha rua acima.
Olé,olè,olè bambu
filho de nêgo é urubu.
Mas,não,não era racista.Batia forte no peito e gritava:"Preto sou eu,vermelho é meu sangue!"Vitória,doente,quando o rubro-negro baiano jogava,passava a tarde repetindo esta frase,dava uma paradinha estratégica e completava:"Meu nome é José Leopoldo de Sant'ana e o meu é o melhor time do Brasil!E ai de quem contestasse.Neste dia,uma segunda-feira,o Vitória tinha tomado uma surra do seu arqui-rival,o Bahia,e o nosso amigo estava furibundo;bebeu muito além da conta e deu para encarar sa pessoas de uma forma inconveniente,com um ar sacana,provocando todo mundo.Parava,fixava um olhar bovino na pessoa escolhida,cantava seu refrão,acompanhado de palavrões cabeludos,dizia seu nome,até tentava tocar nos transeuntes que se esquivavam,desconfiados ou amedrontados.E,assim,caindo e tropeçando prá lá e prá cá,chegou no ponto do ônibus,que estava cheio.Senhoras com crianças de volta da escola,operarios saídos do trabalho,mulheres elegantes que iam á Rua Chile tomar chá e dentre todos estes-ela.Uma senhora quarentona,mal ajambrada,muito gorda e com uma enorme verruga na ponta do nariz.Estava lá,quietinha,segurando uma sacola de compras.;o bêbado,mal a avistou ,encarnou nela.De pé,do alto dos seus 1.90m passou a encarar a coitada,examinando-a por todos os lados.O desconforto da mulher era visivel,mas,ninguem parecia se incomodar;até que êle,com um olhar cínico,disse:-mas,a senhora é feia!e este feia soou forte como uma declaração de guerra,a mulher liberou a tensão que estava vivendo a minutos e revidou,trêmula e revoltada:"-e o senhor é um bêbado safado!
-Mas amanhã 'tou bom.
E saiu catando ficha rua acima.