Push Repeat: Guerra Fria
Já havia se passado onze dias daquele mês de setembro. O ano Um do Terceiro Milênio foi contemplado com uma tragédia sem precedentes, principalmente se tratando de uma super-potência como os Estados Unidos. As Torres Gêmeas caíram e, junto com elas, nossa humanidade, nossa paz.
"Nós pegaremos os responsáveis", bravejava o líder insano dos estadunidenses. "Essa é uma Cruzada contra o terror", dizia. Bem... ele acertou quando usou o termo Cruzada. Ele dividiu isso com o já putrefado Urbano II, quando quis que os "infiéis" mulçumanos fossem expulsos de Jerusalém. A cultura árabe é o alvo...
Já se passaram sete anos. O saldo: uma guerra, centenas de mortes, milhares de feridos, um inocente-culpado enforcado e um perigoso bilionário em algum lugar da Ásia Central. Ele comanda o medo... essa é a melhor arma em atividade no mundo. O mundo é submisso aos insanos...
Não vemos o inimigo, mas ele está lá. Eles não atacam. Ninguém ataca. Guerra Fria... novamente?
Ficamos no medo, aquela arma que os poderosos controlam, sem saber qual será o próximo golpe, e de que lado ele vem.
Lembro-me dos anos obscuros. De 45 até 90, o medo assombrou o mundo. Em pleno século XXI, antigos fantasmas ainda perduram. O homem nada aprendeu?
Quer mesmo saber? Nada. Somos a cópia do passado. Ideologias, guerras, tudo na mesma, só mudou o rótulo e a embalagem.
E a paz? Onde? Nesse confronto glacial, apenas ela se congela no antro da humanidade, longe de ser livre.
Esse é nosso mundo. Push Repeat...