Os Iluminados (algo, infelizmente, não dirigido por kubrick)
Odeio pensar!
Pensar é dolorido e sofrido. Às vezes tenho vontade de me transformar em uma ameba só para poder tirar férias de mim mesma. Quero dizer, é muito difícil encontrar-se no meio de tantas idéias e pensamentos. No geral, eles são bagunçados.
Tem gente que pensa que o cérebro é algo como um computador, ou um arquivo, todo organizado, que é só dar um “Ctrl L” e procurar qualquer coisa e que ainda vem por ordem alfabética. Até parece! Pelo menos comigo isso não acontece.
Quando um pensamento vem, ou vem pela metade, o que me dá mais trabalho para concluir, ou vem solto, do nada, em um lugar improvável que me pega desprevenida, sem lápis nem papel, e que às vezes some.
Tem vezes também que eu mesma formulo as teorias e tiro as conclusões. Só que até arrumar as palavras de um jeito mais coerente do que filosófico... Chega a doer a cabeça de vez em quando, de tanto usar a mente. E em dia de prova! Escrever sozinha, em casa, sem compromisso, quando dá vontade, é uma coisa. Em prova tudo complica. Acho que a nota fica vagando na mente, ocupando o lugar das palavras. Isso é tão complicado que tenho um amigo que acredita ser necessário fazer provas sob efeito da maconha. No caso dele sei que é uma desculpa para fumar, mas até que ele não está de tudo errado. Acredito que não maconha, mas podia haver outra coisa que abrisse nossas mentes às idéias.
Tenho uma teoria para esse fenômeno (como sempre...): nossas cabeças são muito pequenas para tantas idéias, que vem apenas com a parte principal para não ocupar espaço. Além disso, do cérebro até a mão, as palavras passam por um longo caminho, podendo se perder. Por isso esse vago, essa necessidade de complemento em tudo. E por isso que os grandes mestres e pensadores deviam ter sido drogados. Ou apenas iluminados.
É isso! Meu problema é a falta de luz!
Já vi que para conseguir me organizar terei que pedir conselhos a Stephan King e Stanley Kubrick. Ou então partir para a maconha.
Enfim, de novo idéias se atropelam e agora misturo ciência, literatura, cinema e rock’n’roll. Quanto mais penso, mais me confundo e mais me enrolo em teorias malucas e fundamentos anti-morais-sociais-religiosos-científicos-racionais. Estão vendo? Até palavras novas eu formo...
Por isso é que eu amo pensar!